Vadios & vadiagem na São Paulo restaurada: a utilização dos vadios na administração do governador e capitão-general Morgado de Mateus (1765-1775)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Brambilla, Gustavo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-17052018-135142/
Resumo: Este trabalho trata das formas de controle e uso dos vadios e da percepção da vadiagem como um mal social na capitania de São Paulo no século XVIII. O trabalho é realizado através da análise dos Documentos interessantes para a história e costumes de São Paulo, das Atas da Câmara da Cidade de São Paulo e da Lei de Polícia, que abordam a administração do governador e capitão-general Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, conhecido como Morgado de Mateus, durante o período de 1765 a 1775. Esta dissertação de mestrado analisa as medidas executadas pelo governador, instruído pelos preceitos do Conde de Oeiras, futuro Marquês de Pombal, que visavam fomentar a economia através da lavoura mercantil e organizar a defesa militar utilizando a mão de obra dos vadios. Todas essas medidas foram inseridas na restaurada capitania de São Paulo a partir ano de 1765, depois de submetida ao governador de Santos, sem patente de capitão-general, e sob o mando militar do Rio de Janeiro. A pesquisa tem como proposta seguir novos trabalhos da historiografia brasileira a respeito de São Paulo no século XVIII, afastando a imagem corrente de que a capitania de São Paulo teria sido uma capitania extremamente atrasada, pobre, vazia, sem fé, lei ou Rei, inserindo a perspectiva de Ilana Blaj, que demonstra como foi realizado o processo de mercantilizarão da capitania no século XVII, assim como as de Caio Prado Jr. (Formação do Brasil contemporâneo), Sérgio Buarque de Holanda (Caminhos e fronteiras e Monções) e historiadores como Maria Luiza Marcílio e Heloísa Liberalli Bellotto, que inserem na discussão os diferentes modos pelos quais o governo atuou no processo de civilização dos moradores da capitania. Outro elemento da pesquisa é a investigação sobre os homens livres pobres no Setecentos, os quais buscavam espaço para sobreviver em seus respectivos cotidianos. O vadio é um sujeito que não possui ofício. Está inserido em uma sociedade que compreende o trabalho como coisa de escravo, desencorajando o homem branco pobre a trabalhar, por temer ser comparado a um escravo.