Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Figueredo, Patricia Rocha de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-09072020-131940/
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Resumo: |
Introdução: Circula cada vez mais a informação de que o vírus HIV não é transmitido sexualmente por pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) que mantêm a carga viral indetectável através do tratamento adequado. Uma campanha internacional utiliza-se do \"Indetectável = Intransmissível\" (I=I) para impulsionar a mensagem. Objetivo: Investigar de que maneiras PVHA têm significado em suas vidas cotidianas essa forma de se colocar a questão da transmissão sexual no contexto do tratamento adequado, em termos de ausência de risco. De forma secundária, ao explorar as atuais configurações que o I=I vem adquirindo na prática, tentarei identificar suas potencialidades e limitações na indução e sustentação de respostas do setor saúde à epidemia de HIV/aids. Metodologia: O estudo lança mão da metodologia qualitativa e busca um tratamento compreensivo-interpretativo da questão, apoiado na tradição da hermenêutica filosófica de Gadamer. A técnica eleita para a produção do material empírico é de entrevistas semiestruturadas com PVHA que estejam com carga viral indetectável há pelo menos 6 meses. O campo foi realizado no Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo. Resultados: Foram realizadas 11 entrevistas. As formas de acesso à informação de que I=I foram a mídia e a conversa com profissionais, em algum momento de suas trajetórias. A familiaridade com a informação relaciona-se com sua apropriação no cotidiano e foi bastante variável e marcada pela ambivalência traduzida na pergunta de um dos entrevistados: \"Não transmite mesmo? \". A partir desse tema, discutimos o I=I como um discurso do risco. A ambivalência em torno do discurso do risco de transmissão sexual no nosso contexto passa por questões como a (im) possibilidade de reinfecção, os escapes virais, a falha da medicação, mas também por percepções sobre estar com a carga viral indetectável. Sintetizamos esses achados na afirmação de outro de nossos entrevistados de que \"os soropositivos se reinfectam\" e discutimos aspectos do estigma, a partir desses achados. Finalmente, a partir da pergunta \"Você conhece a expressão I=I? \", discutimos a noção do que chamamos \"hiperinfectividade\" atrelada ao vírus HIV. Conclusões: O destaque do I=I como discurso do risco pretendeu aumentar a compreensão das ambivalências encontradas nos depoimentos. Entendemos que tais ambivalências se relacionam com as ressonâncias das disputas de linguagem e com a incipiente discussão na prática clínica. Buscamos demonstrar a relevância dessa discussão no espaço do diálogo terapêutico e suas possibilidades de incidência no estigma, valorizando esse aspecto da socialidade do viver com HIV/aids. O I=I pode constituir uma janela de oportunidade para acessar sofrimentos cotidianos que se relacionam com o estigma e suas complexas intersecções, para além de questões sexuais e reprodutivas. Atribuir um caráter de discurso do risco ao I=I tem a função de entender seus entraves ou contradições como discurso do campo da saúde. Se nos restringirmos a uma perspectiva instrumental, podemos perder o campo dos significados que I=I configuram para as PVHA, e que mostramos potentes. Se há dúvidas quanto à capacidade de o \"Tratamento como Prevenção\" pôr fim à epidemia, parece claro, porém, que o I=I pode participar, senão de uma gestão de riscos, certamente de uma gestão da vida |