Concepção histórico-cultural do cérebro na obra de Vigotski

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Claudia Lopes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-22062012-140612/
Resumo: Esta tese procura identificar o conceito de cérebro na obra de Vigotski, analisando como este conceito relaciona-se com os fundamentos da psicologia histórico-cultural. A partir disso, discute possíveis implicações desse conceito para a educação, face a um cenário educacional onde as relações entre neurociência e educação recebem atenção crescente de ambos os campos. Trata-se de um trabalho teórico, baseado na produção teórica de Vigotski realizada no período de 1924 a 1934, ano de sua morte. Entre as dezenas de obras conhecidas do psicólogo bielorrusso, foram selecionados e analisados vinte textos nos quais o tema cérebro é abordado de forma mais particularizada. A partir dessa análise, pôde-se concluir que as teorias de Vigotski sobre o cérebro estão intrinsecamente relacionadas com os fundamentos da psicologia histórico-cultural. A abordagem vigotskiana do cérebro se deu de forma densa e inovadora, considerando o que se conhece atualmente a partir das descobertas da neurociência. Entre estas ideias, pode-se destacar a constituição da consciência a partir da internalização da experiência social, o funcionamento cerebral através de sistemas funcionais em oposição à visão localizacionista, os sinais como conexões extra-cerebrais de origem cultural e a defesa do monismo psicofísico, entre outros, caracterizando uma abordagem materialista da psique que entende o cérebro como a base material da consciência. Destaca-se a importância de considerar como parte da fundamentação da obra vigotskiana sua concepção sobre o humano enquanto organismo, o que não implica necessariamente em uma visão reducionista pelo contrário, a fundamentação filosófica materialista e marxista de Vigotski o exige. No que se refere à educação, debate-se a importância de reconhecer que a relação com a neurociência não deve servir como uma roupagem atual para a medicalização e patologização das relações escolares, ousando-se propor que, se alguma contribuição pode ser feita pela neurociência à educação, que seja a favor da defesa da potencialidade para o aprendizado de todos os alunos e alunas.