Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Georgton Anderson da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48137/tde-07022024-121959/
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Resumo: |
Esta pesquisa visa investigar os processos de escolarização de pessoas negras com deficiência, com ênfase na análise das trajetórias educacionais desse grupo e na reflexão sobre a intersecção entre deficiência e raça no contexto educacional. Foi realizada na cidade de São Paulo e em sua Região Metropolitana, envolvendo pessoas autodeclaradas negras, com deficiência e maiores de 18 anos. Nesse cenário, a interseccionalidade, enquanto ferramenta analítica, as entrevistas e a escrevivência proposta por Conceição Evaristo surgem como recursos metodológicos centrais para coleta e análises dos depoimentos. Teóricas feministas, como Akotirene (2019), Crenshaw (2006), hooks (2017; 2019), Collins e Bilge (2021), embasam a interseccionalidade, enquanto a escrevivência é abordada com base nas ideias de Evaristo (1996; 2020), bem como as contribuições de Borges (2020) e Oliveira (2009). Os processos de diferenciação foram abordados sob uma perspectiva pósestruturalista, conforme delineado por Tomaz Tadeu Silva (2014) com contribuições de Brah (2016) e Hall (2014; 2016) sobre identidade e diferença. Munanga (2003; 2019), Almeida (2019) e Kilomba (2019) fornecem referenciais para a discussão sobre raça/cor, enquanto Dias (2020), Tsuzuki (2019), Veiga-Neto (2001), Diniz (2003; 2007) e outras estudiosas abordam questões relacionadas à deficiência. As entrevistas revelaram diversos obstáculos ao acesso, à permanência e ao sucesso das pessoas negras com deficiência nas escolas, como: o capacitismo, o racismo, a qualidade da educação oferecida, a necessidade de abordagens pedagógicas específicas, a falta de adaptação curricular, a ausência de avaliações e recursos educacionais adequados, bem como problemas relacionados às estruturas arquitetônicas das escolas e ao suporte social e psicológico por parte dessas instituições. A análise das entrevistas, juntamente com documentos oficiais legais e as pesquisas oficiais, como a PNAD Contínua para a educação (2023b) e pessoas com deficiência (2023c) e obras de autoras e autores como Silva (2000), Silva e Arelaro (2017), Gomes (2003; 2019; 2021), Oliveira (2021), Arroyo (2010; 2015); revelaram barreiras que incluem falta de materiais acessíveis, rigidez na organização das aulas e necessidade de adaptações para pessoas negras com deficiência. Capacitismo e racismo na sociedade brasileira podem dificultar acesso, permanência e conclusão da educação básica para esse grupo. Diante desse cenário, é crucial conscientizar-se sobre essa realidade e trabalhar ativamente na promoção da igualdade de direitos para todos os indivíduos. Para garantir uma educação equitativa, torna-se essencial que todas as instâncias educacionais atuem de maneira colaborativa, implementando estratégias apropriadas que favoreçam a permanência dessas pessoas no sistema escolar. |