Uso do laser Nd:YAG na prevenção de cárie oclusal na dentição decídua e permanente: estudo in vivo e in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Raucci Neto, Walter
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-08082013-142322/
Resumo: O presente estudo teve por objetivo avaliar longitudinalmente in vivo e in vitro os efeitos do laser Nd:YAG na prevenção de cárie oclusal na dentição decídua e permanente. Foram selecionadas 52 crianças de alto risco à cárie (7,6 ± 1,4 anos). Os primeiros molares decíduos foram distribuídos entre os grupos controle negativo, controle positivo 1 (flúor fosfato acidulado - FFA) e controle positivo 2 (verniz fluoretado - VF). Os segundos molares decíduos e primeiros molares permanentes foram divididos entre os grupos experimentais: selante, irradiação laser (100mJ/5Hz-0,5W), irradiação laser + FFA e irradiação laser + VF. Os tratamentos foram aleatoriamente distribuídos entre os grupos experimentais e controles nos 4 quadrantes da cavidade bucal do paciente. Os pacientes foram submetidos a exames clínicos e radiográficos em 3, 6, 9, 12, 18 e 24 meses após o tratamento. As avaliações foram realizadas por três examinadores calibrados \"cegos\" aos tratamentos (K=0,92). Durante o período de avaliação os dentes decíduos esfoliados foram coletados e utilizados para os testes de microdureza, microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia de energia dispersiva de raios-X (EDS), espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e microscopia óptica (MO). 35 pacientes finalizaram o estudo e os dados das avaliações clínicas foram submetidos aos teste Q de Cochran (&alpha;=0,1%) e Tukey (&alpha;=5%). Na dentição decídua, foi observado que o laser e o selante proporcionaram as menores incidências de lesões de cárie do que o grupo controle negativo (p<0,05). À partir de 12 meses, foi observado um aumento das lesões de cárie do grupo laser, que se igualou aos demais grupos aos 24 meses. Na dentição permanente foi observado que o selante apresentou menores índices de formação de cárie do que os demais grupos (p<0,05). Entretanto, à partir de 12 meses de acompanhamento, foi observado um aumento significativo das lesões de cárie formadas neste grupo. Os dados do FTIR foram submetidos aos testes ANOVA one-way (&alpha;=0,1%) e Tukey (&alpha;=5%). Foram observadas menores concentrações de carbonato (CO3) no grupo laser (0,98±0,06) e as maiores concentrações no controle negativo (1,47±0,31) e no laser + FFA (1,51±0,29). A avaliação morfológica do esmalte foi realizada pela análise em MEV, sendo observado que todas as amostras apresentaram-se ligeiramente mais lisas quando comparadas as irradiadas somente com laser. No EDS não foram observadas diferenças na % de Ca, P e F entre todos os grupos estudados. Os dados de microdureza e MO foram submetidos aos testes Kruskall-Wallis (&alpha;=0,1%) e Tukey (&alpha;=5%). Na microdureza foi observado que o selante (249,86 ± 7,15) e a irradiação laser isolada (262,44±22,69) apresentaram os maiores valores de dureza em comparação ao controle - (128,35±25,19). Na MO foi observada menor área de esmalte desmineralizado no grupo laser isolado (5,35%±5,38) e laser + FFA (10,35% ±0,88) quando comparado ao controle - (72,56%±12,86). Pode-se concluir que o laser Nd:YAG, independente de sua associação com fluoretos, promoveu um efeito preventivo para cárie oclusal de até 12 meses na dentição decídua (semelhante ao selante) e até 9 meses na permanente após sua aplicação.