Origens da Faculdade de Educação da USP: o Departamento de Educação da F.F.C.L. (1962-1969)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Alexsandro do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05042016-133652/
Resumo: Esta pesquisa se propôs a analisar os momentos finais do percurso de autonomização do campo educacional na Universidade de São Paulo, concluído em 1970, com a criação da Faculdade de Educação. Para isso, elegeu como objeto o Departamento de Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Compreendendo a incorporação do antigo Instituto de Educação à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1938) como marco inicial de um conjunto de conflitos e negociações entre agentes do campo educacional e os demais agentes do campo intelectual para a afirmação de posições no espaço institucional da USP, assume-se a hipótese de que esses conflitos e negociações se reorganizaram a partir dos constrangimentos e possibilidades surgidas no início da década de 1960, com a promulgação da Lei Federal nº 4.024/1961. Tal norma permitiu a emergência ainda que contraditória da departamentalização e do início do processo de superação das cátedras no ensino superior brasileiro, delegando a cada universidade a escolha pela manutenção do regime até então em vigor ou por sua substituição. Na USP, os Estatutos aprovados em 1962 deslocaram para cada unidade a definição de como enfrentaria a questão. A Faculdade de Filosofia optou pelo caminho da departamentalização, construindo seu novo Regulamento em 1963. O Departamento de Educação foi criado neste contexto, unindo as cátedras de Administração Escolar e Educação Comparada, História e Filosofia da Educação, Didática Geral e Especial e a disciplina autônoma de Orientação Educacional. Metodologicamente, este trabalho inscreve-se na perspectiva da história dos intelectuais (RIOUX, 1983; SIRINELLI, 1986, 1999, 2003), em diálogo com a produção de pesquisadores do campo da história da educação brasileira interessados nas questões da formação das elites intelectuais e da formação, ideias e ações dos intelectuais da educação (BONTEMPI Jr., 1995, 1999, 2001; WARDE 1995, 1998, 2003, entre outros). Dialogou-se, também, com o campo da sociologia, a partir da produção de Pierre Bourdieu sobre o campo universitário francês (BOURDIEU, 2011). As fontes privilegiadas foram: a) a documentação institucional produzida pela Universidade; b) as notícias veiculadas na imprensa paulista no período; c) dissertações de mestrado, teses de doutorado e livre docência produzidas logo após a reestruturação da USP e que analisavam suas consequências (CHAMILIAN, 1971; ANTUNHA, 1974); d) registros dos programas do curso de Pedagogia no período; e) nove entrevistas realizadas pelo pesquisador com ex-alunas e docentes da USP que se formaram pedagogas no período de 1962 a 1973. A investigação concluiu que a dinâmica de criação e funcionamento do Departamento de Educação da Faculdade de Filosofia dialogou com a criação e funcionamento de outras instâncias de legitimação do campo educacional na Universidade especialmente o Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo e o Colégio de Aplicação e que, uma vez consolidado, aquele Departamento estruturou um conjunto de condições específicas que explicam parte importante da organização da Faculdade de Educação autônoma da USP. Os quadros intelectuais, as diretrizes d a formação dos estudantes e as estruturas e posições de poder que marcavam aquele Departamento foram preservadas quando da autonomização da escola de professores da Cidade Universitária.