Efeito do Acibenzolar-S-metílico e filtrado da suspensão de células de Streptomyces scabies na indução de resistência de plantas de milho ao enfezamento vermelho causado por fitoplasma

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Almeida, Cláudia Alves de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Dalbulus maidis; Zea mays; Alterações bioquímicas; Alternative control; Biochemical changes; Controle alternativo; Mollicutes
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-12012021-091341/

O enfezamento vermelho, causado por fitoplasma transmitido pela cigarrinha vetora Dalbulus maidis L, é considerado uma das principais doenças do milho no Brasil. Tendo em vista as dificuldades de manejo da doença nas áreas de plantio, medidas alternativas para somar às estratégias já existentes são desejáveis. Neste contexto, a ativação de mecanismos de defesa latentes, existentes nas plantas em resposta ao tratamento com substâncias eliciadoras, tem se mostrado uma alternativa promissora. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o potencial do Acibenzolar-S-metílico (ASM) e do filtrado da suspensão de células de Streptomyces scabies (FSC) na indução da resposta de defesa de plantas de milho híbrido ao fitoplasma do enfezamento vermelho. Os ensaios consistiram de dois experimentos conduzidos em casa de vegetação. Os indutores foram aplicados nas plantas via foliar, aos oito dias após a semeadura. Após 48 h, as plantas foram inoculadas com o fitoplasma por meio do vetor D. maidis. No primeiro experimento, foram avaliadas alterações bioquímicas nas plantas por meio da determinação do teor de clorofila total, açúcares redutores, fenóis livres e ligados, proteínas totais e atividade da enzima peroxidase. As avaliações foram realizadas 0, 20, 40, 80 e 100 dias após a aplicação dos potenciais indutores. Além disto, verificou-se por meio da PCR, possíveis atrasos na detecção do fitoplasma nas plantas infectadas. No segundo experimento, avaliou-se o efeito da aplicação dos indutores no crescimento e na produção de plantas de milho determinando-se a altura de plantas (cm), número de folhas por planta, diâmetro do caule (cm), massa seca das folhas (g), massa seca do caule (g), massa seca da raiz (g), massa seca da espiga (g), massa seca das sementes (g), massa seca do sabugo (g), número de espigas por planta, comprimento da espiga (cm) e diâmetro da espiga (cm). Os dados revelaram que o uso do ASM ou FSC não provocou atraso na detecção do fitoplasma nas plantas de milho em relação ao controle. Houve aumento no conteúdo de açúcares redutores, fenóis livres e ligados em plantas tratadas e inoculadas com o fitoplasma. Por outro lado, houve redução no conteúdo de clorofila total. Um aumento significativo no conteúdo de proteínas totais foi observado nas plantas tratadas com o ASM, inoculadas ou não com o patógeno. Na atividade da enzima peroxidase, um aumento significativo somente foi observado quando o FSC foi aplicado nas plantas, sem a inoculação do fitoplasma. Com base no resultados, infere-se que o bloqueio dos vasos do floema devido ao acúmulo de açúcares redutores nas folhas de plantas infectadas pelo fitoplasma, provavelmente interferiu nas respostas de defesa, pois mesmo havendo um aumento no conteúdo de fenóis livres e ligados e no conteúdo de proteínas e peroxidase, estas mudanças não foram suficientes para inibir os efeitos da doença. Sintomas típicos de enfezamento vermelho em plantas inoculadas foram observados, mesmo em plantas tratadas com os indutores. Com relação às variáveis de crescimento e produção, a aplicação dos indutores não reduziu os efeitos negativos provocados pela doença. Conclui-se que as mudanças bioquímicas observadas com a aplicação do ASM ou do FSC, em plantas inoculadas, não foram muito distintas das mudanças observadas em plantas que foram apenas inoculadas com o patógeno.