Controle microbiano da cigarrinha-do-milho Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae) com os fungos entomopatogênicos Cordyceps fumosorosea e Beauveria bassiana seus efeitos sobre o complexo de enfezamentos da cultura do milho e impacto sobre a produtividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Anjos, Wílliam Iordi dos lattes
Orientador(a): Sosa-Gomez, Daniel Ricardo lattes
Banca de defesa: Bortolotto, Orcial Ceolin lattes, Oliveira, Charles Martins de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Departamento de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3980
Resumo: A cigarrinha-do-milho Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae) tem se tornado um desafio para o manejo de pragas na cultura do milho como vetor dos enfezamentos. Neste contexto, é fundamental compreender a dinâmica de ocorrência da doença e sua relação com os danos ocasionados na cultura do milho, de modo a nortear o manejo do inseto-vetor. Esta pesquisa se propõe a entender como o controle microbiano com os fungos Cordyceps fumosorosea e Beauveria bassiana pode ser utilizado no manejo da cigarrinha-do-milho e seus efeitos na redução do complexo de enfezamentos na cultura do milho. Para isso, realizaram-se experimentos a fim de avaliar a eficácia dos inseticidas biológicos (Octane, FlyControl, Ecobass, Ballvéria e Bometil) em pulverizações isoladas, intercaladas ou associadas ao acefato na redução populacional do inseto-praga, atestar a patogenicidade dos fungos presentes nos inseticidas biológicos e seus efeitos sobre a incidência dos enfezamentos. Além disso, monitorou-se a densidade populacional de D. maidis durante as safras e entressafra por meio de armadilhas amarelas instaladas no entorno da área de condução do ensaio e os insetos coletados foram submetidos a teste de PCR em laboratório para verificar a presença dos patógenos. As pulverizações foliares tiveram baixa eficácia no controle de adultos de D. maidis. A incidência de enfezamentos foi superior quando as plantas conviveram com uma maior densidade populacional da praga nos estádios iniciais de desenvolvimento. Análises de laboratório indicaram a prevalência de fitoplasma em relação ao espiroplasma nas plantas de milho, em contrapartida, as cigarrinhas analisadas não apresentaram prevalência de espiroplasma ou fitoplasma. A média de cigarrinhas infectadas com fungos pela pulverização de inseticidas a base de B. bassiana foi de 25,7%, a associação de B. bassiana e Metarhizium anisopliae infectou 74% das cigarrinhas coletadas, ao passo que C. fumosorosea resultou em 35% de infecções. Os tratamentos que proporcionaram os maiores rendimentos na safra 2021/2022 foram Octane intercalado com acefato com 743 kg ha-1, seguido de acefato com 558 kg ha-1 e Ecobass intercalado com acefato com 477,2 kg ha-1. Na média a produtividade dos tratamentos biológicos isolados foi de 300 kg ha-1, enquanto a utilização intercalada de biológicos e químicos resultou em 516 kg ha-1. Enquanto na safra 2022/2023 os tratamentos Ballvéria (100) e FlyControl (500) obtiveram os maiores saldos de produtividade com 666,8 e 616,6 kg ha-1. Na pulverização associada entre inseticidas biológicos e químicos, o tratamento acefato (1000) + Ballvéria (100) apresentou um saldo de 768,3 kg ha-1, sendo 104,5 kg ha-1 superior ao tratamento de acefato (1000) + Octane (500) e 187,1 kg ha-1 superior ao tratamento com acefato (1000) + FlyControl (100). Pode-se concluir que os fungos C. fumosorosea e B. bassiana apresentam- se como promissores agentes de controle de D. maidis e fornecem bases para a utilização de inseticidas biológicos no manejo da cigarrinha-do-milho aplicados de forma isolada ou em associação com os inseticidas químicos.