Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Alves, João Paulo Elias |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-22052019-144921/
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Resumo: |
Introdução: perda da sensibilidade axial é bem descrita nas polineuropatias axonais comprimento-dependentes (PACD). O padrão da perda de sensibilidade axial nas polineuropatias desmielinizantes adquiridas (PDA) é menos reconhecido na prática clínica e tem sido descrito como um padrão não-comprimentodependente. Nas PDAs, a perda de sensibilidade axial pode, somada às alterações da sensibilidade nos membros, envolver as regiões anteriores do tronco, da face, do couro cabeludo e do períneo. Eventualmente, pode ocorrer apenas no eixo do corpo sem o envolvimento dos membros. O padrão da perda de sensibilidade axial observado ao exame físico neurológico pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre as PACDs e as PDAs. Objetivos: analisar as diferentes apresentações clínicas das alterações da sensibilidade axiais nos indivíduos acometidos por neuropatias desmielinizantes adquiridas. Analisar a resposta de curto prazo das alterações da sensibilidade nas porções axiais e suas relações com o gênero, idade, diagnóstico e com a presença ou não e comorbidades. Analisar se a resposta das alterações de sensibilidade axiais acompanham a resposta da força muscular ao tratamento, a fim de agilizar a avaliação clinica, o início do tratamento e o estabelecimento de prognóstico, visto não haver dados prévios na literatura médica a este respeito. Métodos: trata-se de estudo observacional analítico por meio de coorte retrospectiva não-controlada. Foram revisados 460 prontuários médicos de indivíduos com possíveis diagnósticos de PDAs. Dentre os 460, foram selecionados 284 prontuários de indivíduos que preencheram critérios diagnósticos recomendados para polirradiculoneuropatia inflamatória desmielinizante crônica (PIDC) ou para síndrome de Guillain-Barré (SGB) na sua forma de polirradiculoneuropatia inflamatória 5 desmielinizante aguda (PIDA). Registros médicos de indivíduos com comorbidades que poderiam cursar com neuropatias axonais, como a diabetes mellitus, por exemplo, não foram incluídos para avaliação. Deste modo, foram selecionados para a análise estatística 49 indivíduos. Após a revisão, foram analisadas a prevalência e as alterações clínicas da sensibilidade superficial, tátil e dolorosa, e força muscular que ocorreram durante e após o tratamento, a fim de avaliar a influência de dados demográficos, tais como a idade, o gênero, a presença ou não de comorbidades e o diagnóstico dos indivíduos sobre as variáveis clínicas acima descritas. Resultados: alterações da sensibilidade axial ocorreram em 64 (22,5%) dos 284 indivíduos que preencheram os critérios diagnósticos de PIDC e SGB. Destes, 49 (17,25%) foram selecionados por apresentarem alteração da sensibilidade axial, em algum momento da doença, e não preencherem os critérios de não-inclusão. 31 indivíduos (63,26%) eram do gênero masculino e 18 (36,74%) do gênero feminino, com mediana de idade em 45 anos (variando de 11 a 75 anos). Alteração da sensibilidade axial foi observada acometendo a região central do abdome (n=48, 97,9%), couro cabeludo (n=11, 22,4%), porção central da face (n=18, 36,7%), do dorso (n=3, 6,2%), da linha média anterior do tórax (n=2, 4,1%) ou do períneo (n=4, 8,2%). A perda de sensibilidade nos membros acometeu as regiões distais desses, embora o padrão da perda de sensibilidade não tenha ocorrido de forma comprimento-dependente. Após o primeiro curso de tratamento (com imunoglobulina humana ou plasmaférese nos casos de SGB, e corticoide, imunoglobulina humana ou plasmaférese, nos casos de PIDC), 29 (59,18%) dos indivíduos apresentaram melhora da perda da sensibilidade axial e 32 (61,5%) obtiveram melhora na força muscular. Em adição aos critérios clínicos recomendados, atualmente, para o diagnóstico destas doenças, a ausência do padrão comprimento-dependente de acometimento da sensibilidade pode auxiliar no diagnóstico clínico de ambas PDAs avaliadas. Conclusões: perda de sensibilidade axial ocorre em cerca de um a cada 5 indivíduos acometidos de PDAs. A ausência de relação da perda de sensibilidade com o comprimento do nervo acometido pode ser de suporte ao diagnóstico das neuropatias desmielinizantes adquiridas. A resolução das alterações da sensibilidade axial foi observada em 60,8% dos indivíduos após o tratamento. Esta melhora foi mais expressiva em casos de indivíduos com SGB (com 80% de melhora) do que em indivíduos com PIDC (com 33,3% de melhora). Por outro lado, indivíduos com menos de 45 anos de idade e acometidos por SGB apresentaram 6 a pior resposta ao tratamento. Assim, recomenda-se a busca ativa e sistemática por alterações da sensibilidade axial, visto que não são alterações frequentemente relatadas pelos pacientes no contexto do atendimento medico |