Avaliação de mutações nos genes PMP22, GJB1, MPZ e LITAF em pacientes com diagnóstico de polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Alex Eduardo da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MPZ
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-19092019-114857/
Resumo: Introdução: Polineuropatias são doenças do sistema nervoso periférico com etiologias variadas. Entre as causas estão as etiologias inflamatória e hereditária, com prevalência de 0,67-7,7/100000 e 7,9-82,3/100000 para polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica (PIDC) e Doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT), respectivamente. Existem poucas evidências de sobreposição entre estas duas doenças e também algumas dificuldades diagnósticas. Objetivos: Estudar a frequência de mutações nos genes PMP22, GJB1, MPZ e LITAF em pacientes com diagnóstico de polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica, os sinais e sintomas sugestivos da sobreposição e os fatores implicados em erro de classificação da neuropatia. Métodos: 119 pacientes com diagnóstico de PIDC foram estudados. DNA foi isolado a partir de leucócitos de sangue periférico segundo protocolo padrão. Mutações nos genes PMP22, GJB1, MPZ e LITAF foram avaliadas através de marcadores microssatélites (para pesquisa de duplicação/deleção do gene PMP22) e sequencimento direto. Achados clínicos e laboratoriais também foram estudados e comparados entre os grupos. Resultados: Dentre os 119 pacientes estudados, mutações foram encontradas em sete (5,9%), sendo dois pacientes com duplicação do gene PMP22, dois com mutações no gene MPZ (P0) e três com mutações no gene GJB1 (Cx32). Concomitância entre PIDC e CMT foi verificada em quatro pacientes e em três pacientes, o diagnóstico foi mudado para CMT1 apenas por não apresentarem melhora clínica e/ou eletroneuromiográfica sustentada com o uso de tratamento imunomodulador e/ou imunossupressor. Os outros 112 pacientes não apresentaram mutações nestes genes e, portanto, tinham PIDC apenas. Idade média dos pacientes com mutações foi de 31,13±21,23 anos e de 45,16±18,70 anos para pacientes sem mutações. Ausência de história familiar, progressão rápida dos sintomas, presença de fraqueza proximal e achados atípicos na eletroneuromiografia podem ter contribuído para a confusão diagnóstica nos casos de CMT. Conclusões: Alguns pacientes podem desenvolver neuropatia inflamatória em associação com CMT e se beneficiam do tratamento. A neuropatia hereditária poderia predispor à neuropatia inflamatória em alguns casos, além de apresentar participação transitória de atividade inflamatória em algum momento de sua evolução em outros pacientes. Cautela deve ser dispensada àqueles pacientes com suspeita diagnóstica de PIDC que não têm os achados clássicos ou não melhoram com o tratamento, uma vez que podem apresentar outras etiologias para a neuropatia, dentre elas uma neuropatia hereditária, como a CMT.