Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Barretto, Luíza Sampaio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-06052022-162429/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: As polineuropatias amiloidóticas hereditárias são doenças que resultam do depósito de proteína amilóide no espaço extracelular devido a mutações em alguns genes, sendo o gene que codifica a proteína Transtirretina o mais comum (ATTRv-np). Trata-se de uma doença autossômica dominante, com penetrância incompleta, que mais comumente se manifesta como uma neuropatia sensitiva em membros inferiores com acomentimento preferencial de fibras finas, incluindo as do sistema nervoso autonômico, progredindo ao longo dos anos para um quadro de polineuropatia sensitivo motora, podendo levar a grave incapacidade. Estudos neurofisiológicos demonstram acometimento primariamente axonal, porém há relatos de casos simulando Polirradiculoneuropatia Inflamatória Desmielinizante Crônica (PIDC), tanto clinicamente quanto pelos achados neurofisiológicos. OBJETIVO: avaliar a presença de variantes no gene da Transtirretina (TTR) em um grupo de pacientes com PIDC acompanhados em Ambulatório de Doenças Neuromusculares (ANEM) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP). MÉTODO: Foram avaliados 129 pacientes com o diagnóstico de PIDC acompanhados no ambulatório de Doenças Neuromusculares do HCFMRP-USP. Um paciente foi excluído da análise devido a falta de dados para avaliação adequada. Foi realizado sequenciamento gênico dos 4 éxons do gene TTR e feito análise clínica e neurofisiológica dos pacientes a partir de dados coletados de prontuário médico retrospectivamente. Foi realizada análise estatística a partir da comparação entre os grupos com e sem mutação no gene TTR. Para as variáveis categóricas aplicamos o teste exato do X2 e para as variáveis numéricas o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Adotamos p ≤ 0,05 como nível de significância em todas as análises. RESULTADOS: Variantes patogênicas no gene TTR foram encontradas em 5 pacientes, sendo 3 pacientes com a mutação p.Val30Met (p.Val50Met), 1 paciente com a mutação p.Val71Ala (p.Val91Ala) e 1 paciente com a mutação p.Asp38Tyr (p. Asp58Tyr). Vinte e três pacientes apresentaram polimorfismos não patogênicos, sendo 10 pacientes com o polimorfismo Gli6Ser (p. Gli26Ser) e 13 pacientes com o polimorfismo c.337-18G>C. No grupo de pacientes com variante patogênica, 3 pacientes eram do sexo masculino e 2 do sexo feminino (p=1,00), a média da idade de início dos sintomas foi de 48 anos (p=0,6), nenhum paciente apresentava evento antecedente associado (p=1,0) e um paciente apresentava história familiar positiva (p=0,07). No início do quadro clínico 60% apresentavam queixa de parestesia (p=1,00) e 40% apresentavam queixa de fraqueza muscular (p=0,63). 100% dos pacientes apresentavam sinais/sintomas de disautonomia (p<0,001). No estudo neurofisiológico 100% dos pacientes apresentavam achados desmielinizantes (p=1,00) e no estudo do líquor, a média da dosagem de proteína foi de 72,47 (p=0,66). Todos os pacientes receberam tratamento imunossupressor, com um paciente relatando melhora subjetiva (p=0,003), porém 100% dos pacientes apresentaram piora do quadro clínico (p<0,001). CONCLUSÃO: O presente estudo demonstrou a presença de pacientes com mutação patogênica no gene TTR em um grupo de pacientes com diagnóstico prévio de PIDC, reforçando a necessidade de suspeição de tal doença em pacientes com quadro clínico progressivo de neuropatia sensitivo motora, com acometimento precoce de sensibilidade profunda, início tardio da doença e ausência de história familiar positiva. Também reforça que tais pacientes podem apresentar achados desmielinizantes no estudo neurofisiológico, tornando necessário um maior cuidado durante a avaliação e diagnóstico de PIDC, particularmente se tais pacientes apresentarem sinais e sintomas sugestivos de disautonomia e não apresentarem melhora objetiva com o tratamento clínico imunomodulador. |