Arquitetura, identidade nacional e projetos políticos na ditadura varguista : as escolas práticas de agricultura do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Al Assal, Marianna Ramos Boghosian
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-27042010-091114/
Resumo: Entre 1937 e 1945 o Brasil esteve sob o governo ditatorial do Estado Novo, cuja ideologia de progresso e engrandecimento nacional aparece fortemente caracterizada pelos paradigmas do nacionalismo, a defesa da soberania nacional, a modernização das instituições, a industrialização dos processos de produção, e, principalmente, pela crença no Estado como mediador das tensões. Neste processo, marcado pela transformação do imaginário coletivo num instrumento regulador do cotidiano, a construção de uma identidade nacional unificadora, capaz de acomodar as diferenças, tornou-se um mecanismo central de poder. Além disso, pode-se dizer que, neste mesmo período, culminou o longo processo de construção de um campo profissional autônomo para a arquitetura - especialmente no que diz respeito a seu aspecto erudito -, que havia ocupado as décadas anteriores envolvendo procedimentos e estratégias diversas não só no campo da educação, mas também no que diz respeito à consolidação de uma linguagem plástica reconhecida, à construção de obras emblemáticas e ao poder de elaborar sua própria história. Neste contexto, arquitetura e Estado estabeleceram, especialmente durante estes anos de governo ditatorial, uma relação bastante particular. O objetivo da presente dissertação, portanto, é abordar algumas destas questões, a partir de um episódio específico: a construção das Escolas Práticas de Agricultura do Estado de São Paulo, erigidas pelo Interventor Fernando Costa, entre 1942 e 1945. Propôs-se para tanto investigar os processos de idealização, concepção do projeto e implantação das referidas escolas, procurando identificar, a partir de sua arquitetura, o entrecruzamento de projetos políticos diversos. Destaca-se particularmente nesse cenário a adoção da arquitetura neocolonial como aspecto central do projeto de implantação das referidas escolas - executado no âmbito de órgãos públicos estaduais -, e o discurso ideológico que assume para tanto, onde os elementos constituintes de sua linguagem formal ganharam importância ao assumirem uma carga simbólica que se referenciava e propunha novas construções para o imaginário coletivo; e onde tais elaborações eram vistas em uma perspectiva da função social da arquitetura.