Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Anderson Luiz Jacob de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-10122024-134132/
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Resumo: |
Esta pesquisa procura analisar os elementos fundantes de uma noção de inconsciente que Merleau-Ponty desenvolveu ao longo de sua obra, como contribuição ao debate dos fundamentos da psicanálise. O trabalho de pesquisa desenvolvido até então nos mostra que nosso autor traz, num primeiro momento de sua obra, uma reflexão influenciada por sua leitura de Georges Politzer. Refutando a noção de inconsciente representacional, proposta por Freud e pela psicanálise, Merleau-Ponty buscará no corpo o momento em que os sentidos são apreendidos no mundo, privilegiando a primazia da percepção. Valorizará uma noção de consciência alargada que abrange muito mais sentido do que o cogito cartesiano e, portanto, uma alternativa para o conceito de inconsciente freudiano. Trata-se, no caso, de apontar para sentidos percebidos de forma implícita e ambígua, aquém dos sentidos explícitos da linguagem comum. O corpo será, então, o ponto de partida de sua reflexão, entendendo que aí se funda o sensível no homem. Não se trata de igualar o corpo ao inconsciente freudiano, mas de encontrar nele a nascente de sentidos dados à consciência. O autor contempla esses horizontes principalmente em seus primeiros livros (\"A Estrutura do Comportamento\" e \"Fenomenologia da Percepção\"). No entanto, ao longo de nossas pesquisas temos encontrado nos seus trabalhos posteriores e nos seus comentadores que Merleau-Ponty, certamente mais simpático à noção de inconsciente, acaba por encontrar uma nova forma de apresentar esse conceito, não mais como um lugar de representações (um dos argumentos utilizados por Politzer para criticar tal postulado), mas como a estrutura da própria percepção, que não se dá a ela mesma. Isso teria abalado sua noção de uma consciência capaz, através da percepção, de apreender tudo quanto o mundo lhe propusesse. Assim descobre um inconsciente (a estrutura perceptiva) certamente um tanto diferente do proposto por Freud, mas abandona o conceito de consciência alargada. Passa a trabalhar com a noção de \"quiasma\", que seria o espaço privilegiado de inter-relação entre o homem e o mundo (este compreendido como mundo vivido). Buscamos compreender essa trajetória, buscando as razões que levam o autor a desenvolver esse novo conceito de inconsciente e a abandonar um outro que lhe foi sempre tão caro: o de consciência. Trata-se de um trabalho teórico, cujo método é a leitura de textos filosóficos desse autor, bem como de alguns comentadores do seu trabalho e de outros filósofos pertinentes, para uma posterior elaboração. |