Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Sheyla Mara Silva de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7143/tde-16122019-134938/
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Resumo: |
Introdução: No Oeste do Pará os acidentes escorpiônicos evidenciam um quadro diverso das demais regiões do país, com manifestações neurológicas singulares, que acometem indistintamente todas as idades. Objetivo: Analisar a distribuição espacial e os aspectos clínico-epidemiológicos dos acidentes escorpiônicos no 9º e 10º Centro Regional de Saúde do Estado do Pará. Método: Trata-se de pesquisa observacional, descritiva, retrospectiva e prospectiva, com abordagem quantitativa, realizada em duas etapas. A primeira etapa teve delineamento retrospectivo e baseou-se em fichas de notificação dos municípios pertencentes ao 9º e 10º Centro Regional de Saúde, no período de 2011 a 2015, e prontuários de pacientes atendidos no Hospital Municipal de Santarém (HMS), em 2016. A segunda etapa, prospectiva, foi realizada por meio de pesquisa de campo junto aos indivíduos acometidos pelo agravo, no período de março a setembro de 2017. Testes estatísticos viabilizaram a análise descritiva e inferencial, além de realizar-se análise espacial. Resultados: Entre 2011 a 2015 foram notificados 6.997 casos de escorpionismo na região, sendo o último ano o que apresentou maior incidência, com 1.470 (21,0%) casos. O estudo prospectivo acompanhou 259 vítimas de escorpionismo em 18 municípios da região, uma vez que os municípios de Curuá e Faro não registraram casos. O perfil das pessoas acometidas revela maior concentração de casos na faixa etária entre 16 a 30 anos (29,0%), sexo masculino (69,0%), agricultores (34,0%), com renda até um salário mínimo (61,0%) e ensino fundamental incompleto (58,0%). A zona rural foi a área de maior ocorrência de casos (78%), principalmente ocorridos durante atividades laborais (42,0%). Os dados evidenciam vulnerabilidade individual e social dos indivíduos acometidos. Também verificou-se que, para a maior parcela dos casos, o intervalo de tempo entre a picada e a assistência foi de 1 a 3 horas (36,3%). As mãos (52,0%) foram os locais mais acometidos. As manifestações locais mais comuns foram: dor (99,0%), sensação de choque elétrico (51,0%) e parestesia (50,0%). As manifestações sistêmicas prevalentes reuniram sensação de choque elétrico (57,1%), formigamento (52,1%) e ataxia de marcha (34,3%). As manifestações neuromusculares duraram em média 24 horas. Houve diferença entre o tempo de atendimento levando em consideração a gravidade do caso. As espécies T. obscurus, T. strandi, T. silvestris foram as responsáveis pelos acidentes na região. A análise espacial revelou que 12 municípios apresentaram alto risco para o agravo. A maioria dos acidentes acompanhados foram classificados como leves (56,4%). Todos os pacientes evoluíram favoravelmente. Conclusão: O estudo apresenta importante achado, ao constatar que outras espécies de Tityus também foram responsáveis pelos acidentes que evidenciaram manifestações neuromusculares, com destaque para a sensação de choque elétrico. O estudo também contribui para que os profissionais de saúde reconheçam as características dos sinais e sintomas compatíveis com o agravo. A identificação do risco para o agravo, nos vários municípios em que ocorreu o estudo, demonstra a necessidade de que a população seja instrumentalizada a respeito de práticas de prevenção, destacando-se que o escorpionismo, na região em que ocorreu o estudo, acomete os grupos com maior vulnerabilidade individual e social. |