Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Yuri Andrei Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-27022024-155711/
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Resumo: |
A presente tese compara autobiografias de testemunho que representam experiências de trauma histórico nas culturas brasileira e austríaca. Partimos do gênero discursivo autobiografia de testemunho como elemento invariável de comparação que permite a aproximação das representações sociais e dos discursos nas respectivas culturas discursivas (von Münchow, 2021). Nosso objetivo central é descrever como o discurso autobiográfico de testemunho representa o trauma histórico e interrelaciona as dimensões individual, familiar e coletiva na sua construção discursiva. Com base no problemático trabalho de memória acerca dos eventos da ditadura civil militar (Teles e Quinalha, 2020) e da Segunda Guerra Mundial (Wodak et al, 1990), observamos como os quadros político-sociais das respectivas culturas são constituídos pelos discursos extremistas que respaldaram o contexto de repressão, autoritarismo e violência. Notamos, portanto, uma expressiva recorrência de escritas de vida que transitam entre formas tradicionais e mais híbridas, seguindo a função ético-moral que constitui o discurso literário. Nossa metodologia parte do diálogo entre a teoria dialógica do discurso (Brait, 2006) e a análise de discursos contrastiva (von Münchow, 2021). Comparamos, então, as construções discursivas das seguintes autobiografias: no subcorpus brasileiro, Ainda estou aqui (2014), Volto semana que vem (2014) e Em nome dos pais (2017), dos autores Marcelo Rubens Paiva, Maria Pilla e Matheus Leitão; e no subcorpus austríaco, Die Welt von Gestern (1942) e weiter leben (1992), dos autores Stefan Zweig e Ruth Klüger. As análises se concentram em três níveis: i) os cronotopos, ii) os gêneros intercalados e iii) a transmissão do discurso alheio. O testemunho autobiográfico no subcorpus brasileiro é constituído por uma variedade de gêneros e pontos de vistas alheios que acentuam a dimensão fatual do relato e cumprem uma função denunciatória, dadas as condições da fase de memória em que as obras são produzidas. O testemunho no subcorpus austríaco, proveniente de uma tradição testemunhal-autobiográfica mais consolidada, fazem referência aos fatos pela perspectiva individual, utilizando gêneros e discursos alheios de forma a apenas ilustrar a posição analítica dominante do discurso autoral. Enquanto o subcorpus brasileiro busca maior aproximação com o contexto primário em que os fatos ocorreram, o subcorpus austríaco marca mais expressivamente a ressignificação do trauma e o presente em que o relato é produzido. |