O tempo na interpretação musical: uma escuta tensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: César, Marina Maluli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-04042013-125624/
Resumo: Este trabalho tem como fundamentação teórica a semiótica de linha francesa e seus recentes desenvolvimentos tensivos. Tomamos como objeto de nosso estudo as variações de ritmo e andamento presentes em um texto sonoro, pela abordagem do plano de expressão musical. O objetivo deste trabalho consiste em compreender como tais possibilidades discursivas se articulam durante a realização da obra por um intérprete, a partir das indicações presentes na partitura. Após considerações iniciais sobre o texto e o intertexto musical, cuja finalidade é determinarmos o modo como estas potencialidades são manifestadas, consideramos o tempo em diferentes níveis segundo Gérard Grisey (1987, 2004, 2008) e Messiaen (1996, 1995, 1994). Em um segundo momento, buscamos articular os diferentes tipos de escuta segundo Schaeffer (1966) e Greimas (2008) ao considerar o ouvir como um fazer, o qual requer a aquisição de competências para tal. Partiremos da noção de ritmo em uma perspectiva fundamentada na semiótica tensiva em considerações sobre este tema propostas por Greimas e Courtés (1986), Valéry (2007), Zilberberg (1990, 1996, 2001, 2011) e Tatit (1998, 2010b). Finalmente, com apoio dos estudos sobre temporalidade realizados por Zilberberg e dos desenvolvimentos propostos por Tatit, empreendemos uma análise de seis interpretações de dois Noturnos de Chopin, sendo duas do opus 15 n. 3 e quatro do opus 27 n. 2, tendo como parâmetro de comparação o uso do tempo rubato durante as performances musicais. Nosso objetivo foi então estabelecer algumas diretrizes para se compreender os mecanismos de construção do sentido que resultam nos enunciados característicos do discurso musical, segundo as intenções de cada intérprete.