O ritmo em semiótica: teoria e análise de Catatau e Ex-Isto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Zerbinatti, Bruna Paola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-12012016-152347/
Resumo: A semiótica greimasiana possibilitou a análise da narratividade de forma decisiva com a proposição do percurso gerativo do sentido e os estudos da enunciação. Entretanto, quando nos deparamos com textos pouco ou quase nada narrativos surge a questão de como analisá-­los, de que maneira a teoria semiótica poderia dar conta destes objetos. O desdobramento tensivo da teoria se mostra um caminho favorável e o conceito de ritmo fortalece a hipótese de uma possível leitura rítmica de textos pouco narrativos. Desse modo, a pesquisa aqui apresentada possui dois objetivos principais: o primeiro consiste em investigar de que modo o conceito de ritmo foi trabalhado pelos diversos autores da semiótica de linha francesa. Para tanto, estabelecemos três diferentes vertentes para o pensamento rítmico: (i) o ritmo como Gestalt, (ii) o ritmo como esquema, (iii) o ritmo como tensividade. A partir desse estudo teórico, desenvolvemos um modelo de análise rítmica que pudesse dar conta de textos pouco narrativos, nosso segundo objetivo. Nosso modelo se baseia principalmente na vertente tensiva, comportando porém uma dimensão esquemática e uma dimensão tensiva. Com esse modelo, passamos para a análise de dois textos de gêneros diferentes: o romance Catatau, de Paulo Leminski, e sua adaptação fílmica Ex-­Isto, dirigida por Cao Guimarães. Intencionamos fornecer uma leitura possível capaz de mostrar que experimentalismo não significa automaticamente falta de sentido, non-­sense. Trata-­se de textos que funcionam por uma lógica rítmica, e não uma lógica narrativa, como é mais tradicional tanto para romances quanto para filmes. Narrativa ou ritmo, as obras significam, e a construção de seu sentido pode ser explicitada pela teoria semiótica.