Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Elizabeth Mendes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-19072024-124500/
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Resumo: |
Os danos ocasionados pela COVID-19 têm sido motivo de grande repercussão devido ao acometimento de múltiplos sistemas. A fadiga, que é um sintoma comum e incapacitante que tem sido experimentado por pessoas que foram hospitalizadas devido ao novo coronavírus, continua mal compreendida. Apesar do esforço significativo para explicar os mecanismos patogênicos da fadiga, o conhecimento atual ainda é limitado. Potencialmente, isso ocorre porque a causa da fadiga é multifatorial. Objetivos: Verificar a presença do sintoma de fadiga ocasionada pela COVID-19 após um, quatro, seis e doze meses da alta hospitalar e compreender quais são os possíveis preditores envolvidos para a persistência deste sintoma. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo que acompanhou os sobreviventes ao longo de doze meses da alta hospitalar decorrente da infecção pela COVID-19. Foram incluídos aqueles com idade superior a 18 anos, diagnóstico confirmado para SARS-CoV-2 e que, após a alta hospitalar estiveram estáveis hemodinamicamente, acuidade visual e auditiva normal ou corrigida e capazes de compreender comandos simples. Os participantes foram avaliados em quatro momentos: um, quatro, seis e doze meses da alta hospitalar. Foram analisados os seguintes desfechos: 1) Fadiga muscular - Functional Assessment of Chronic Illness Therapy Fatigue subscale (FACIT-F); 2) Capacidade pulmonar Espirometria; 3) Capacidade funcional - Índice de Barthel (IB); 4) Desempenho físico - Teste de Sentar e Levantar em um minuto (TSL1); 5) Aspectos psicológicos (Ansiedade e Depressão): Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). Os resultados foram apresentados em termos de média, desvio padrão, intervalo de confiança e intervalo interquartil. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Qui-Quadrado para uma análise exploratória inicial, seguida da análise com o Modelo linear generalizado misto (GLMM) e a proposta de um modelo de árvore de decisão, afim de explorar as variáveis para a predição de fadiga a longo prazo. Resultados: O sintoma de fadiga foi encontrado em 50% (n=81/162) dos participantes após o 1° mês da alta hospitalar, seguido de 49% (n=49/100), 41,4% (n=36/87) e 36,4% (32/88), respectivamente. Ao longo das quatro avaliações, a mediana da idade dos participantes com sintoma de fadiga variou entre 58-62 anos, com predomínio no sexo feminino, IMC >30 kg/m² e não-brancos; verificou-se que o tempo de internação foi maior do que no grupo considerado sem fadiga. O desempenho físico do grupo fadiga não foi modificado ao longo dos 12 meses quando comparados ao 1° mês após a alta. Quanto à capacidade pulmonar notou-se que a partir do 6° mês após a alta hospitalar houve um aumento significativo na CVF dos participantes que apresentaram fadiga. Nos aspectos psicológicos referentes ao humor foi observado do grupo fadiga uma tendência ao aumento no escore inicial para ansiedade nos participantes entre as avaliações do 1°-6° mês e 1°-12° mês (p=0,007 em ambos) e também para depressão entre os intervalos 1°-6° mês e 1°-12° mês (p=0,0031 e p=0,0022, respectivamente). Quanto à capacidade funcional, na análise feita pelo GLMM não foi detectada diferença entre os momentos, assim como nos grupos, sugerindo-se que os participantes do grupo fadiga apresentaram e mantiveram suas limitações funcionais ao longo dos 12 meses. Conclusão: O sintoma de fadiga persistiu em 36,4% da nossa amostra após um ano da alta hospitalar. Apresentar sinais de possível ou provável depressão combinados aos valores preditos de CVF > 75% após um mês da alta hospitalar foram associados ao sintoma de fadiga a longo prazo |