Validade e responsividade da escala de fadiga de manchester no pós-Covid

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Müller, Mara Galdino lattes
Orientador(a): Malaguti, Carla lattes
Banca de defesa: Timoteo, Thiago Ferreira lattes, Corrêa, Cyntia Pace Schmitz lattes, Malaguti, Carla lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
Departamento: Faculdade de Fisioterapia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00108
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16534
Resumo: Introdução: Uma grande parte de pessoas com a doença do coronavírus (COVID19) desenvolvem sintomas persistentes podendo ser denominada condição pós-COVID ou COVID longa de acordo com a duração, maior que três meses. A fadiga tem sido o sintoma mais prevalente relatado após a resolução aguda da infecção, e com grande impacto pessoal, laboral, econômico e social. Portanto, na ausência de um questionário específico para avaliar a fadiga na COVID19, a escala de Fadiga de Manchester (EFDM) para doença pulmonar obstrutiva crônica, pode ser uma alternativa válida, uma vez que esta foi desenvolvida para avaliar a fadiga em pessoas com acometimento respiratório. Objetivo: Investigar as propriedades de medida de validade e responsividade da Escala de Fadiga de Manchester em pessoas com alta hospitalar por COVID19. Métodos: Estudo observacional longitudinal envolvendo pessoas pós internação hospitalar devido a COVID19. Cinquenta e três participantes foram avaliados quanto a espirometria, comorbidades, dispneia nas atividades pela Medical Research Council Modificada (mMRC), capacidade de exercício pelo teste do Degrau de Seis Minutos (TD6), qualidade de vida pelo Saint George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ) e depressão pela escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). A validade concorrente foi examinada pela relação entre a EFDM a escala mMRC. A validade convergente foi examinada pela relação da EFDM com outros indicadores de fadiga como o domínio sintoma do SGRQ, com o desempenho e com a percepção de fadiga no TD6. A validade discriminante da EFDM foi comparada com os estratos da escala de sintomas mMRC. A responsividade da EFDM foi testada pela análise do efeito do tempo no início e após três meses da primeira avaliação. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 55,3 ± 12,6 anos, e 52% eram homens. A fadiga pela EFDM associou-se moderadamente como impacto físico no SGRQ (rs = -0,30) e a performance no exercício (rs = -0,49). A validade convergente pode ser observada pela moderada associação de todos os domínios e do escore total da EFDM com a depressão (rs =0,54 a 0,67) e com sintomas nas atividades (mMRC) (rs = -0,37 a -0,44). A validade discriminante foi observada pela diferença nos escores de fadiga da EFDM de acordo com os estratos de sintomas nas atividades pela mMRC (p< 0,001 para todos os domínios e total). A responsividade interna da EFDM foi observada pela significante redução do escore total e de todos os domínios medidos no basal e após três meses de seguimento (p< 0,001 para todos). O tamanho do efeito (TE) foi considerado grande para todos os domínios e para o escore total da EFMD (TE > 0,50; p<0,001 para todos). Conclusão: A EFDM é válida e responsiva para medir a fadiga em indivíduos após hospitalização por COVID19, e pode ser um instrumento útil para clínicos e pesquisadores envolvidos no manejo de pessoas acometidas pela COVID19 com sintomas duradouros.