O papel das plataformas digitais na (não) vacinação: Como os usuários das plataformas digitais expressam seus argumentos sobre a vacina contra sarampo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Maria da Penha Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5179/tde-04082023-163649/
Resumo: Introdução: A infodemia e a disseminação de desinformação têm gerado desconfiança nas vacinas, nas instituições de saúde e no governo levando a redução das coberturas vacinais ao redor do mundo e consequentemente, o ressurgimento de doenças imunopreveníveis como o sarampo. O uso das plataformas digitais para acesso às informações em saúde, incluindo vacinas têm crescido nos últimos anos. No entanto, a velocidade de disseminação de informações em um ambiente pouco regulamentado faz com que as plataformas digitais tenham uma influência importante no comportamento vacinal. O objetivo desta pesquisa foi identificar e analisar os principais argumentos utilizados nas plataformas digitais (Facebook®) para a (não) vacinação contra sarampo. Método: Foram extraídos postagens e comentários do Facebook® a partir de palavras-chave utilizando a ferramenta CrowdTangle. Para a primeira extração foram utilizadas as palavras-chave Vacina contra Sarampo Tríplice Viral e Tetra viral do período de 01 de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2020. Para a segunda extração foram coletadas postagens da página O lado obscuro das vacinas desde a sua criação em 28 de dezembro de 2014 a 01 de maio de 2021. Uma amostragem de ambas as bases foi selecionada e aplicada a análise de conteúdo dedutiva em códigos e categorias. Resultados: A maioria das postagens analisadas eram pró-vacinas e se concentraram em divulgação de campanhas de vacinação através da impressa. Observou-se o benefício-risco das vacinas e a responsabilidade coletiva para prevenir surtos e epidemias foram argumentos pouco discutidos nas postagens pró-vacina. As postagens antivacinas utilizaram principalmente argumentos para reduzir a confiança e eficácia das vacinas e reduzir a percepção de riscos das doenças através da desinformação. Conclusões: As mensagens pró-vacinas são as que possuem o maior engajamento na plataforma digital analisada, o que não significa que as postagens antivacina não tenham influência na tomada de decisão sobre a vacinação, especialmente entre o grupo de hesitantes que muitas vezes buscam reforço/confirmação de suas opiniões em páginas antivacinas