Hesitação vacinal no contexto da COVID-19: estudo sobre controvérsias em dois jornais brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gonçalves, Bruna Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-13112024-161510/
Resumo: As vacinas e a vacinação estavam inseridas no grupo das principais estratégias para mitigar os efeitos da pandemia de COVID-19. O rápido processo no qual estas vacinas foram desenvolvidas fez com que o assunto se tornasse alvo de debates na esfera pública, em especial nos veículos midiáticos, sobre segurança, eficácia e obrigatoriedade da vacinação. Neste contexto, o objetivo desta tese, em formato de compilação de artigos, é analisar o fenômeno da hesitação vacinal contra a COVID-19 em duas etapas: mapear a literatura científica sobre o tema a partir de estudos realizados em países da América Latina e África e investigar os posicionamentos sobre as vacinas e a vacinação no meio jornalístico brasileiro. Sobre a metodologia, o primeiro artigo trata-se de uma revisão de escopo de estudos publicados sobre hesitação vacinal em países africanos e latino-americanos. No artigo empírico foi realizada análise documental de dados qualitativos de notícias da Folha de S.Paulo e Brasil Sem Medo acerca das controvérsias sobre o binômio vacinas/vacinação contra a COVID-19, a partir do referencial teórico da Teoria Ator-Rede. O artigo de revisão foi publicado e o artigo empírico foi aprovado para publicação, ambos em periódicos científicos da área de Saúde Coletiva. No primeiro artigo, Hesitação vacinal contra a COVID-19 na América Latina e África: uma revisão de escopo, os achados indicaram que a hesitação vacinal está relacionada a fatores políticos, à desinformação, questões de acesso à informação, processos históricos de resistência à vacinação, preocupação com segurança e eficácia das vacinas. No segundo artigo, Controvérsias sobre as vacinas e a vacinação contra COVID-19 no meio jornalístico, percebeu-se que os jornais difundiam perspectivas distintas sobre o assunto das vacinas/vacinação. De um lado, a Folha de S.Paulo argumentou a favor da segurança/eficácia das vacinas e pela defesa da vacinação. Em outra linha, o Brasil Sem Medo fez questionamentos acerca da segurança e eficácia das vacinas, defendeu a liberdade de escolha para não vacinação e criticou restrições aos não vacinados. Na análise crítica dos dois artigos, foi retomada e aprofundada a discussão sobre a relação entre a crise da expertise referente a tomada de decisões científico-sanitárias, o contexto sociopolítico do neoliberalismo e as tomadas de decisão em saúde