Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Quiles, Raquel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-16022023-190844/
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Resumo: |
Introdução: A vacinação de gestantes com dTpa e influenza é recomendada para prevenir a morbimortalidade neonatal da coqueluche e, no caso de influenza, também materna. Entretanto, as taxas de cobertura vacinais e aceitação dessas vacinas geralmente estão bem abaixo da meta, tanto nos EUA como em vários países da Europa e das Américas. No Brasil os fatores de aceitação ou hesitação vacinal em gestantes para essas vacinas ainda não foram explorados. Conhecer esses fatores é importante para poder mediar o sucesso dessa prevenção. Da mesma maneira, para prevenção de coqueluche e influenza nos lactentes menores de 6 meses, que ainda não puderam ser imunizados, recomenda-se a vacinação dos profissionais de saúde envolvidos nos seus cuidados. Conhecer a cobertura vacinal desses profissionais para essas vacinas, bem como os fatores relacionados à aceitação ou hesitação deles em relação a elas também se faz necessário. Objetivos: Prover conhecimento sobre a cobertura vacinal da gestante em relação à vacina dTpa e à influenza na população brasileira; bem como identificar e analisar os motivos que levariam a coberturas ineficientes. E, da mesma maneira, analisar a cobertura vacinal dos profissionais de saúde para essas vacinas e motivos de coberturas aquém do ideal. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo transversal. Um inquérito epidemiológico foi aplicado no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) a 258 gestantes ou puérperas. A coleta dos dados foi realizada de 19/julho/17 a 27/novembro/17 e de 27/março a 13/novembro/18, contemplando 2 períodos de sazonalidade de influenza. Sendo comprovado o recebimento, ou não, das respectivas vacinas, através da checagem do cartão de vacinação das participantes. A casuística estudada foi dividida em 2 grupos. Fizeram a vacina dTpa e Não fizeram e foram analisadas 15 variáveis. A casuística foi dividida também em 2 grupos em relação ao conhecimento Tem o conhecimento/ Sim, sabe ou Não sabe em relação à segurança da vacina dTpa na gestação, à proteção que essa vacina (dTpa) confere ao RN e ao porquê tomar a dTpa na gestação e foram comparadas as frequências de cobertura vacinal em cada um desses grupos. Foram comparadas as frequências de cobertura vacinal da dTpa e da influenza. A casuística também foi estudada em relação ao conhecimento correto ou não de sua situação vacinal em relação às respectivas vacinas: dTpa e influenza, tanto nos grupos que as fizeram, quanto nos grupos que não as fizeram. Para o grupo dos profissionais de saúde foi aplicado um outro inquérito e a casuística de 69 profissionais também foi dividida em 2 grupos de acordo com a realização da vacina dTpa: Fizeram a vacina (n=36) e Não fizeram (n=33) e foram analisadas 5 variáveis. Também foram comparadas as coberturas vacinais da dTpa entre as diferentes categorias profissionais envolvidas (médicos, enfermagem e fonoaudiólogos) e depois as coberturas da influenza entre esses profissionais. E foram comparadas as coberturas vacinais da dTpa e da influenza em cada uma das 3 categorias profissionais. Também foram estudados, na análise qualitativa, os motivos de não vacinação para dTpa e influenza tanto no grupo das gestantes/puérperas, quanto no dos profissionais. Resultados: Na amostra de 207 gestantes/puérperas, representativa do todo, obtivemos uma cobertura vacinal da dTpa de 85,5%, que está muito aquém do recomendado e a cobertura vacinal para influenza de 95,2%, que está acima do recomendado como ideal para esta vacina no nosso país. Os fatores associados a não vacinação da gestante para dTpa são: ter um pré-natal com menos consultas, estar desempregada, ser autônoma, desconhecer sobre a segurança da vacina para a mãe e para o concepto, bem como, do benefício da vacina ao bebê, não ter a indicação da vacina pelo médico, desconhecer (ou ser desinformada) em relação à sua correta situação vacinal e não ter feito a vacina da gripe na mesma gestação. Não ocorreu recusa vacinal na nossa amostra para dTpa e apenas 1 paciente para gripe (0,5%). Os motivos de não vacinação em gestantes para dTpa e para influenza foram semelhantes, fundamentalmente, a falta de conhecimento ou de informação o principal determinante da não vacinação. A cobertura vacinal da dTpa dos profissionais de saúde foi de apenas 52,2% e da vacina influenza de 80,6%, ficando ambas muito aquém do recomendado. Não houve diferença significativa entre a cobertura vacinal dos profissionais médicos em comparação com os profissionais de enfermagem nem para dTpa, nem para influenza. Os fonoaudiólogos, ao contrário de médicos e profissionais de enfermagem, tiveram uma cobertura vacinal maior da dTpa do que da influenza, embora não significante. Porém, entre os médicos a diferença entre a cobertura vacinal da dTpa e a da influenza foi significativamente menor (36,7% versus 89,3%, respectivamente). Não tivemos recusa vacinal entre os profissionais. Para os profissionais de saúde o principal fator de não realização da vacina dTpa foi a falta de conhecimento da necessidade da vacina dTpa para proteção dos seus pacientes e de que esta vacina é oferecida gratuitamente pelo PNI aos profissionais de saúde. Por outro lado, os motivos de não vacinação para influenza neste grupo foram motivos relacionados ao trabalho. Conclusões: A cobertura vacinal para dTpa no grupo das gestantes/puérperas está muito aquém do recomendado e a cobertura vacinal para influenza chegou a ser ideal. Este estudo demonstrou que os fatores significantes para a não vacinação para dTpa na gestante foram estar desempregada e ser autônoma (uma novidade na literatura), ter desconhecimento (ou a desinformação) em relação à sua correta situação vacinal e o fato de não ter recebido a vacina influenza na mesma gestação, além dos já conhecidos, relatados nos resultados. Os motivos de não vacinação para dTpa foram semelhantes nos grupos gestantes/puérperas e profissionais de saúde, fundamentalmente sendo a falta de conhecimento ou informação o principal determinante da não vacinação em ambos os grupos. Por outro lado, foram diferentes os motivos nos grupos para não vacinação para influenza, sendo no grupo das mães ainda a falta de conhecimento/informação determinante para não vacinação desta também e no grupo dos profissionais de saúde foram motivos relacionados ao trabalho e não relacionados ao conhecimento/informação |