Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Park, Miriam Veronica Flor |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5167/tde-14092021-170025/
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Resumo: |
Introdução: O transplante de células de tronco hematopoiéticas (TCTH) é o único tratamento curativo atualmente disponível para a doença falciforme (DF) no Brasil. A Portaria do Ministério da Saúde (MS) do Brasil (2018) estabelece a inclusão do TCTH no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da DF, e determina que o SUS irá financiar este tratamento para pacientes com determinadas indicações. Objetivos: Essa tese é composta pela compilação de dois artigos com o objetivo geral de identificar e caracterizar os candidatos ao transplante em uma coorte de pacientes com DF no Brasil. Os objetivos específicos de cada artigo são: Artigo 1) Identificar, caracterizar e comparar os pacientes com 0 e 1 indicação de TCTH conforme as indicações da Portaria do MS e identificar quantos candidatos ao TCTH tinham irmãos sem DF. Artigo 2) aplicar um escore de gravidade para os participantes e avaliar se o escore se relaciona com as indicações de transplante. Métodos: Este é um estudo de corte transversal dos dados de recrutamento de uma coorte de 2793 pacientes, o Estudo Longitudinal Multicêntrico da doença falciforme no BrasilREDS-III. Artigo 1) O estudo comparou características clínicas e laboratoriais e de tratamento dos pacientes com 0 e 1 indicação para o TCTH conforme o MS, e identificou quantos tinham pelo menos um irmão sem doença falciforme (potencial doador para o transplante). Artigo 2) O estudo aplicou um escore de gravidade que foi desenvolvido com um Modelo bayesiano para predizer o risco de morte em 5 anos para um paciente com DF. O escore é dado pela Disease severity score calculator. O estudo comparou os escores dos participantes com e sem indicação para o transplante, e analisou a acurácia do escore em diferenciar esses dois grupos, através da curva ROC (Receiver Operating Characteristic). Resultados: Artigo 1) Dos 2063 pacientes do grupo anemia falciforme, 152 das 974 crianças (16%) e 279 dos 1090 adultos (26%) tinham pelo menos uma indicação para o TCTH. As indicações mais comuns foram: acidente vascular encefálico (n= 239); necrose avascular (n=96); priapismo (n=82), doença cerebrovascular (n=55); > 2 crises vasoclusivas no último ano (n=38); presença de aloanticorpos em pacientes sob programa de transfusão crônica (n=18) e > 2 episódios de síndrome torácica aguda no último ano (n=11). Das 152 crianças e 279 adultos candidatos ao transplante, 77 (50%) e 204 (70%), respectivamente, tinham pelo menos um irmão sem doença falciforme que poderia ser doador para o transplante. Artigo 2) As medianas dos escores foram significativamente mais altas no grupo com indicação de transplante em comparação com os sem indicação, para todas as idades. Quando o estudo foi estratificado entre adultos e crianças, os escores foram maiores em crianças sem indicação para o transplante, e não houve diferença entre os escores dos dois grupos de adultos. Quando visualizamos a distribuição dos escores nos box plots, o estudo não encontrou diferença entre os pacientes com e sem indicação para o transplante, de qualquer idade. A curva ROC não mostrou um escore que fosse um ponto de corte entre candidatos e não candidatos ao TCTH. Conclusões: em uma grande coorte de pacientes com doença falciforme, 16% das crianças e 26% dos adultos têm pelo menos uma indicação para o TCTH. O escore de gravidade não demonstrou acurácia em diferenciar os candidatos e não candidatos ao transplante. Este estudo mostrou dados importantes para estimar custos e infraestrutura que seriam necessários para implementar o transplante em um sistema público de saúde. Mostrou ainda que as indicações de transplante podem não refletir a gravidade da doença e o risco de morte dos pacientes. |