Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Wilke, Ianaê Indiara |
Orientador(a): |
Silla, Lucia Mariano da Rocha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/249130
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Resumo: |
A anemia falciforme (AF) é hoje a doença genética mais prevalente mundialmente, caracterizada por um alto índice de morbimortalidade e considerada como a mais grave dentre as doenças falciformes. Características genéticas dos indivíduos além da possível heterogeneidade das moléculas associadas à hemólise e vasculopatia são responsáveis por uma variedade de manifestações e complicações clínicas. Embora seja uma patologia monogênica ocasionada por uma única mutação, fatores genéticos e ambientais têm demonstrado um papel fundamental nas variações de gravidade da doença. Atualmente a classificação da patologia se dá através das taxas de crises de dor, com uma abrangência muito restrita para uma doença multifatorial. Diante deste contexto, o estudo teve como objetivo principal a análise multifatorial dos possíveis moduladores da gravidade da Anemia Falciforme e a exploração racional destes parâmetros nos mecanismos reguladores e de danos na estratificação do perfil fenotípico como ferramenta para posterior predição de gravidade e terapia individualizada. Caracteriza-se por um estudo pioneiro do tipo de pesquisa clínica de coorte. Foram incluídos neste estudo 197 indivíduos, dos quais, 65 indivíduos normais sem a patologia, doadores do banco de sangue do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), e 132 pacientes homozigotos SS, em acompanhamento médico no Centro de Referência em Doença Falciforme do HCPA, e incluiu uma análise de 97 variáveis. A obtenção de dados se deu através de análise de parâmetros genéticos (polimorfismos e microRNAs), parâmetros laboratoriais (hematológicos e bioquímicos), parâmetros clínicos e análise do perfil inflamatório (citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento). As variantes genéticas foram genotipadas por amplificação de análise de PCR em tempo real, Taqman. Os riscos relativos para o desenvolvimento de cada manifestação clínica da doença e gravidade fenotípica foram calculados para os genótipos em Xmn1-HBG2 (rs7482144); o BCL11A (rs1427407, rs4671393 e rs11886868); e HMIP-2 (rs9399137 e rs9402686) e suas associações foram testadas. Para os microRNAs foram comparadas as diferenças dos perfis de expressão de cada microRNAa com a média do grupo controle, sua associação com os parâmetros clinicopatológicos, correlações entre as variáveis hematológicas e bioquímicas com a finalidade de avaliar a influência entre as variáveis, além do valor prognóstico destes microRNAs para a gravidade da doença, através da curva ROC. Citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento foram avaliados através da plataforma Luminex, onde 30 analitos foram medidos simultaneamente (EGF; HGF; VEGF; MIG; RANTES; Eotaxina; IL-8; GM-CSF; TNF alfa; IL-1 beta; IL-2; IL-4; IL-5; IL-6; IL-10; MIP- 1 alfa; IL-17; MIP-1 beta; IP-10; IFN alfa; IL-7; IL-15; MCP-1; G-CSF; IL-2R; IFN gama; FGF-Basic; IL-1RA; IL-12 e IL-13) e comparados com grupo controle (HbAA). Para testar a hipótese de que níveis sistêmicos destas moléculas poderiam estar associados a variabilidade fenotípica da doença, investigamos as associações com escores de gravidade e aspectos clinicopatológicos. Concluiu-se que 2 locis possuem uma possível relação genética com determinadas manifestações clínicas e níveis de distribuição de HbF e que, a presença de alelos específicos pode atribuir riscos crescentes de complicações clínicas de acordo com a manifestação do alelo no genótipo. Já a análise de microRNAs revelou 3 microRNAs diferencialmente expressos, além de correlações negativas e positivas significativas com os escores de gravidade, apresentando um bom valor prognóstico e ótimo valor preditivo para gravidade da doença. Além disso, nossos resultados mostraram maiores concentrações de citocinas inflamatórias nos pacientes em relação ao controle. E, ao avaliarmos a importância destes moduladores inflamatórios na variabilidade fenotípica, encontramos diferenças estatisticamente expressivas em pacientes que apresentavam um perfil mais grave daqueles com um perfil clínico mais brando. Ao final é apresentado um modelo multivariável de estratificação fenotípica com potenciais preditores de gravidade na tentativa de prever e definir fenótipos na AF, possibilitando um conhecimento do nível de morbimortalidade e direcionamento de novas abordagens terapêuticas individualizadas. |