Caracterização celular do sistema hematopoético e dos nichos hematopoéticos de modelo murino da anemia falciforme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rós, Felipe Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17153/tde-04102021-161614/
Resumo: O sistema hematopoético é o responsável pela produção das células sanguíneas do organismo em homeostase ou estresse. Seu funcionamento depende da manutenção e diferenciação coordenada das células-tronco hematopoiéticas (HSC) que está intimamente associada ao nicho hematopoético. O nicho hematopoético é um microambiente altamente dinâmico, orquestrado e heterogêneo quanto à sua composição celular. Dentre os tipos celulares que o compõem estão as células endoteliais e células estromais mesenquimais multipotentes (MSC) que junto aos demais componentes suportam e regulam a autorrenovação e diferenciação das HSC. Entretanto, doenças hematológicas podem alterar o sistema hematopoético, as HSC e demais células do microambiente. Por isso, este estudo analisou a hematopoese, os nichos hematopoéticos intramedular e extramedular esplênico e as MSC da medula óssea (MO) de camundongos falciformes (Townes-SS) com diferentes idades e após o tratamento com hidroxiuréia (HU). Os resultados revelaram maior número de progenitores de eritrócitos e megacariócitos (MEP) no nicho intramedular dos Townes-SS, além do maior número de: HSC, progenitores mieloides comuns (CMP), progenitores de granulócitos e monócitos (GMP) e MEP no nicho extramedular esplênico. Esses achados demonstram que a análise combinada da hematopoese intramedular e extramedular esplênica dos Townes-SS concorda com dados já descritos para MO de humanos. O aumento dos MEP foi acompanhado de aumento na frequência de progenitores eritroides terminais totais e de alteração no perfil mitótico da diferenciação eritroide terminal murina em ambos os nichos. A análise das células não hematopoéticas revelou maior número de células-tronco endoteliais, MSC e células estromais não mesenquimais no nicho extramedular esplênico. As MSC da MO isoladas e cultivadas in vitro apresentaram um perfil transcricional relacionado com aumento da diferenciação das HSC em detrimento da manutenção da quiescência. Por fim, o tratamento dos Townes-SS com HU resultou em menor número de HSC, CMP, GMP e MEP nos nichos hematopoéticos intramedular e extramedular esplênico dos animais tratados frente aos animais não tratados de mesmo genótipo e idade. Este comportamento celular concorda novamente com dados já descritos em humanos que fazem uso de HU frente àqueles que não a utilizam. Portanto, os resultados obtidos demonstram que os Townes-SS podem ser utilizados como modelo animal em estudos pré-clínicos ou de ciência básica que avaliem os impactos da AF ou o efeito de tratamentos sobre as HSC, demais células hematopoéticas e células não hematopoéticas dos nichos hematopoéticos.