Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Maia, Sérgio Éberson da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-14112023-105204/
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Resumo: |
A cirurgia ortognática (CO) como parte da reabilitação dos indivíduos com fissura labiopalatina (FLP) proporciona a correção de discrepâncias maxilomandibulares geradas pela restrição de crescimento ósseo relacionada a fibrose tecidual formada pelas cirurgias primárias (queiloplastia e palatoplastia). A cirurgia traz benefícios estéticos e funcionais para o sistema estomatognático, entretanto, estudos apontam uma repercussão negativa sobre a fala, manifestada através de insuficiência velofaríngea em acompanhamentos pós-cirúrgicos. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da CO com avanço de maxila sobre a função velofaríngea dos pacientes ao longo de 20 anos de experiência do HRAC-USP. Também, verificou-se o efeito do tipo de ortognática sobre a FV, comparando resultados entre duas décadas: de 2000 a 2009 e de 2010 a 2019. Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo realizado a partir de dados de prontuários de 651 pacientes com FLP reparada, maiores de 18 anos, submetidos a CO entre os anos 2000 e 2019. Analisaram-se os resultados da nasometriapara medida da nasalância (texto nasal-TN e texto oral-TO) e os da rinomanometriapara determinação da área velofaríngea (AV) realizadas antes e, 18 meses, em média, após a CO. A nasalância média pré-cirúrgica indicou normalidade para TN (43%) e TO (27%). Após a CO verificou-se aumento significativo da nasalância para TN (p<0,001), sendo que os escores permaneceram normais. Houve também aumento significativo da nasalância no TO (p<0,001), evidenciando o aparecimento da hipernasalidade. Os pacientes foram distribuídos de acordo com o tipo de CO realizada: avanço de maxila (AVMn=82), avanço de maxila com cirurgia nasal (AVMCN-n=191), cirurgia ortognática bimaxilar (COB-n=151) e cirurgia ortognática bimaxilar com cirurgia nasal (COBCN n=227). A nasalância aumentou em todos os grupos após a CO, para o TO, manifestando hipernasalidade na COBCN, COB e AVMCN. No grupo AVM os valores permaneceram normais. A nasalância média do grupo AVM foi significativamente menor, em relação aos submetidos a AVMCN (P=0,022) e COBCN (P=0,009). A comparação entre as duas décadas mostrou aumento significativo de nasalância para TN (p<0,001), entretanto, os valores permaneceram normais. No TO, também foi identificado aumento de nasalância, indicando hipernasalidade pós-cirurgia. Entretanto, não se identificou diferença significante entre as décadas (P=0,190). Nos resultados de rinomanometria, a AV média pré-cirúrgica mostrou que todos os 9 pacientes apresentavam FVF, marginal-inadequado (10,0 a 19,9 mm2 ). Após a CO houve aumento significativo da AV (p<0,001). Contudo, sem alteração do FVF. Nos resultados de AV entre os tipos de cirurgia verificou-se, após a CO houve aumento dos valores médios nos quatro grupos e o FVF foi classificado como inadequado nos grupos COBCN e AVMCN, porém sem diferença significante. A comparação da AV entre as décadas mostrou aumento semelhante entre as mesmas, sem diferença estatisticamente significante. O FVF foi classificado como marginal-inadequado em ambas as condições e nas duas décadas. Os resultados permitiram concluir que a CO levou à deterioração da FVF, repercutindo no aparecimento ou no agravamento da hipernasalidade e aumento da AV. O AVM associado a CN gerou maior impacto negativo sobre a função velofaríngea. Diferença entre as décadas foi identificada somente para escores de nasalância em TN. |