Transfiguração e realidade social em cinco comédias de Ariano Suassuna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lisbôa, Débora Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-16052023-105944/
Resumo: Este trabalho dedica-se a investigar as relações entre realidade social e transfiguração literária em cinco comédias de Ariano Suassuna, Auto da Compadecida (1955), O Casamento Suspeitoso (1957), O Santo e a Porca (1957), A Pena e a Lei (1959) e Farsa da Boa Preguiça (1960), mediante estudo do modo de construção das personagens e seus conflitos dramáticos, o tempo das ações e espaços cênicos. Nesta investigação, as formas utilizadas para a reconstrução literária de elementos do contexto histórico, político e social do sertão nordestino, bem como das vivências pessoais do autor, são descritas, analisadas e interpretadas. Nas comédias, o mundo e o homem sertanejos são apresentados em suas especificidades, mas também são relacionados a questionamentos humanos mais profundos e universais. A crítica social está presente, mas não esconde o humor, as cores, o ritmo, a esperteza, a ingenuidade e a fé dos homens do sertão, abordados em suas variações de classe social, gênero e valores pessoais. Além de materializar aspectos da vida social, as peças trazem elementos oriundos de matrizes culturais diversas, como as fontes clássicas, ibéricas e cristãs, tanto eruditas quanto populares. A construção do riso cômico se faz por meio da aproximação de elementos contrários, que alcançam coexistência harmônica e funcionalidade, resultando em obras bem-acabadas e com coerência interna. A vida do homem em sociedade é apresentada como limitada no tempo e no espaço, cujos problemas só são superados quando considerados valores metafísicos e universais. Assim, a realidade social é mais que pretexto para a criação literária - ela determina e explica os valores estéticos presentes na estrutura das peças.