Quando tudo nos é estranho para onde vamos? A inserção de imigrantes portugueses no movimento associativo português da cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Antunes, Sofia Martins Peres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-10112017-152144/
Resumo: Esta dissertação é uma pesquisa qualitativa em Psicologia Social. Seu objetivo concentrou-se em investigar se a inserção de imigrantes portugueses, em espaços associativos lusitanos da cidade de São Paulo, pode ser visto como uma tentativa destes de resistirem aos processos de desenraizamento, ocasionados pela ruptura proveniente do ato de emigrar de seu país de origem. O método escolhido pautou-se na análise das histórias de vida transmitidas pelas narrativas orais. Desse modo, embarcamos nas vicissitudes da vida de seis portugueses, nascidos nas décadas de 1920 e 1930 e percorremos três tempos de suas biografias: tempos da infância, período de mudança e, por último, a vida no Brasil. O conceito de enraizamento e de desenraizamento, que rege o aporte teórico da pesquisa, foi extraído da obra da filósofa francesa Simone Weil, difundida no Brasil pela psicóloga social Éclea Bosi. Ademais, ao longo desta dissertação, dialogamos com estudiosos de diversos campos de conhecimento, como sociólogos, historiadores, filósofos e psicólogos, a fim de refletir a respeito da hipótese desta pesquisa, a saber se a participação em uma organização coletiva pode ser considerada um ponto favorável para que o sofrimento da ruptura biográfica não esfacele a memória do passado, preservando os vínculos e as lembranças destes portugueses. Por fim, apontamos que estas organizações foram criadas e mantidas como formas de enfrentar o sofrimento psicossocial gerado pela emigração. Constatamos que a inserção dos seis idosos portugueses nas entidades estudadas foi considerada como um movimento de ir ao encontro do familiar. Concluímos que, ao articular nesses espaços experiências do passado que os impulsionaram para o futuro, provendo ancoramento por meio do respaldo identitário, cultural e memorialístico, estes tiveram, novamente, a oportunidade se re-enraizar