A revolução como teodicéia: Simone Weil e a persistência da opressão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Escobio, Miguel Ángel Suárez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16029
Resumo: Encaixada no eixo do progresso, a razão produtivista, e o domínio da natureza, a Modernidade tinha alimentado sonhos de expansão material ilimitada que, mesmo após a hecatombe da I Guerra Mundial, persistiam inalterados nos anos trinta do século passado. Impregnado deste ideário, o movimento operário proclamava a imperiosa necessidade de uma revolução exigida pelo esgotamento do papel histórico da burguesia. Não obstante, tanto marxistas, quanto anarquistas, fabianos ou sindicalistas revolucionários, salvo contadas exceções, defenderam uma transformação radical da sociedade que se levaria a cabo desde as mesmas plataformas sobre as que se tinha erigido o sistema social que pretendiam dinamitar; isto é, o progresso, a razão teórica e o industrialismo a grande escala. A singular pensadora que foi Simone Weil, em seus exíguos trinta anos de existência, refutou estas miragens funestas dos trabalhadores, alertando sobre a nocividade intrínseca das próprias bases da Modernidade industrialista, e sobre as monstruosas conseqüências que se podiam derivar da falta de correspondência entre meios e fins. Iluminada pelo sentido da mesura da Grécia clássica, Simone Weil driblou os abismos de um retorno a um passado imaginado e do messianismo revolucionário, para construir um pensamento profundamente crítico sobre as ilusões técnicas que tinham feito dos homens escravos do Estado e da máquina.