As estruturas mentais de redes temáticas verbais: evidências experimentais de um estudo psicolinguístico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Leonardo Zeine Mendes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-20072022-161147/
Resumo: Avaliamos, através de um experimento de psicolinguística, o processamento de estruturas verbais em três componentes sintáticos: seleção categorial (c-seleção), número de argumentos e seleção lexical (quais as preposições os verbos selecionam, o que chamamos de l-seleção). De maneira geral, procura-se compreender de que maneira as restrições selecionais são satisfeitas durante a compreensão em tempo real de um estímulo auditivo. Numa tradição de estudos que tentam avaliar a pertinência das observações da linguística aos modelos de cognição humana, tenta-se delimitar quais elementos da descrição formal estão presentes na compreensão em tempo real de frases. Por uma série de razões históricas, como iremos discutir, se faz necessário estabelecer de quais generalizações sintáticas parte o processamento humano para que os significados das frases sejam compreendidos, numa tentativa de aproximar as ciências cognitivas das teorias formais da língua. Os estímulos que usamos nos experimentos são frases com disfluências de discurso como \"Eu gosto ahn simpatizo daquele menino\", em que os verbos anterior e posterior à correção têm exigências selecionais distintas a serem processadas: dizemos comumente \"Eu simpatizo com aquele menino\" e \"Eu gosto daquele menino\". Veja que o verbo com seleções satisfeitas neste caso da sentença com disfluência é gostar e não simpatizar, o que deixa a sentença, a rigor, agramatical. Por isso, se a presença do verbo anterior influenciar o julgamento final de gramaticalidade, como temos observado, podemos dizer que algo da estrutura do verbo, neste caso, a seleção da preposição \"de\" persiste na memória do ouvinte a despeito da correção. A intenção de, por meio da disfluência, superpor duas redes argumentais na memória de trabalho do ouvinte é precisamente verificar a interação entre elas durante o processamento numa tentativa de se delimitar o que é uma representação verbal na mente de um ouvinte.