Primeiras costuras: aspectos da formação de Gilda de Mello e Souza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Reina, Andrei Maris
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-10122024-133529/
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo destacar, contextualizar e analisar os momentos decisivos da formação da socióloga e professora de estética Gilda de Mello e Souza (1919-2005). A primeira parte engloba sua infância em Araraquara e as memórias na fazenda e vai até a mudança para a cidade de São Paulo, onde, por sugestão de Mário de Andrade, seu primo em segundo grau, entra para o curso de filosofia na recém-criada Universidade de São Paulo, em 1937. Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, além de se aproximar de colegas com interesses e origem social semelhantes, com os quais forma o grupo Clima, ela frequenta as aulas dos professores franceses que compunham o corpo docente da instituição. Entre eles, é dado destaque, na segunda parte, a Roger Bastide e ao período em que Gilda foi sua orientanda e assistente na Cadeira de Sociologia, elegendo como momentos-chave dessa interlocução a tradução do livro Arte e sociedade (1945) e a elaboração da tese sobre A moda no século XIX, defendida em 1950 e publicada no ano seguinte na Revista do Museu Paulista. Por fim, na terceira parte, a dissertação mapeia a transformação de Mário de Andrade na trajetória de Gilda, que passa de mentor intelectual e artístico da juventude para o lugar de objeto de estudo e memória, em processo que se intensifica a partir dos anos 1970 e tem como marco a publicação de O tupi e o alaúde: uma interpretação de Macunaíma (1979). No percurso sugerido, a pesquisa procura encontrar novas possibilidades de leitura para a obra e a trajetória da autora, enfatizando o seu duradouro interesse pelos procedimentos da sociologia estética aprendida com Bastide, o que permite tensionar o epíteto de \"ensaísta\" na consideração de seus primeiros passos intelectuais na sociologia, além de colocar em outros termos a relativa marginalidade que teve na cultura filosófica uspiana a partir de 1954, quando se torna encarregada da disciplina de estética, cargo no qual se aposentou em 1973