Entre a cidadania e a ciência: a geração de 94 e os sentidos da Sociologia escolar em seu retorno ao Colégio Pedro II (1993-2008)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21819 |
Resumo: | Este trabalho discute o ensino da Sociologia na educação básica, focando no retorno da disciplina ao currículo do Colégio Pedro II, uma instituição pública federal de ensino no estado do Rio de Janeiro. A pesquisa busca entender os sentidos pedagógicos da Sociologia escolar, ou seja, as razões e justificativas para ensinar e aprender a disciplina na escola básica. Isso é feito através da análise das representações de um grupo de professores do CPII sobre a instituição e suas concepções sobre o ensino de Sociologia. Os sujeitos de pesquisa são referidos como a "geração de 94". A alcunha destaca a ação coletiva desses cientistas sociais ao afirmarem um modelo de ensino de Sociologia diferente do previamente esperado pela instituição. A pesquisa observa o período de 1993 a 2008, entre, por um lado, a extinção das disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e de Organização Social e Política do Brasil (OSPB) pela lei 8.663/93 e a criação do Departamento de Sociologia no CPII e, por outro lado, a promulgação da lei 11.638/2008, que tornou obrigatório o ensino de Sociologia e Filosofia no ensino médio, e a mudança de nome da disciplina de "cidadania" para "Ciências Sociais" no ensino fundamental. Os resultados sugerem que o trabalho pedagógico do Departamento de Sociologia passou por um processo de transição, abandonando um modelo prescritivo, caudatário das disciplinas de EMC e de OSPB, e, em vez disso, procurou se fundamentar em princípios intrínsecos ao campo científico das Ciências Sociais, como a pesquisa científica, mas também em temas socialmente relevantes e objetivos educacionais mais amplos, como os Direitos Humanos. A estrutura organizacional da escola, dividida em departamentos, foi um fator positivo para o trabalho pedagógico, favorecendo a coesão interna dos docentes. Ao lado disso, a formação de licenciatura em ciências sociais destacou-se como fator de produção de uma identidade comum entre os professores, possibilitando uma ação coletiva em defesa da Sociologia e seu desenvolvimento e reconhecimento como disciplina escolar. Apesar da Sociologia ter se consolidado no Colégio Pedro II, os depoimentos indicam que seu status ainda era precário e provisório em comparação com outras disciplinas. Há ainda dificuldades em reconhecer o estatuto científico da pesquisa em Sociologia, talvez por estar orientado por um paradigma ainda derivado das ciências naturais. |