Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Rio, Antonio Henrique Montero Del |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-13092016-141451/
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Resumo: |
Este trabalho faz um estudo conjunto e comparativo dos romancistas José Martiniano de Alencar, brasileiro, e Manuel de Jesús Galván, dominicano. Foram analisados os romances O guarani e Iracema, de Alencar, e Enriquillo, de Galván. O objetivo da pesquisa foi demonstrar que a obra indianista dos dois romancistas apresenta como característica comum a criação de um mito fundador da nacionalidade. Em ambos, o mito proposto retrata a formação da América Latina como a fusão do elemento indígena e do elemento ibérico e a adesão aos valores da civilização ocidental trazidos à América pelos europeus. Os pilares que sustentam o edifício da civilização ocidental são a ciência grega, a religião cristã e o direito romano. Os enredos dos romances estão permeados de fatos, conceitos, personagens e episódios que ilustram o projeto inicial que foi implantado pelos portugueses no Brasil e pelos espanhóis na Ilha Hispaniola e demais territórios sob sua tutela, nos primórdios da colonização. Este projeto incluía a transferência para a América de todo o arcabouço institucional que Espanha e Portugal possuíam. José de Alencar e Manuel de Jesus Galván são conservadores, católicos e fiéis às tradições. Seus romances indianistas enaltecem as bases tradicionais sobre as quais se fundaram as sociedades latino-americanas, e refutam as tendências revolucionárias que pretendem solapar as vetustas tradições da civilização ocidental. Idéias revolucionárias que contestam os valores da civilização ocidental são vistas pelos romancistas em apreço como algo estranho à índole institucional dos países americanos. Neste sentido, a obra indianista de José de Alencar e de Manuel de Jesús Galván se distingue por um profundo sentimento patriótico, ao identificar os verdadeiros valores nacionais, enaltecê-los e empregá-los na tarefa de plasmar literariamente um mito fundador da nacionalidade. Nos romances indianistas de Alencar e de Galván, o mito fundador da nacionalidade é uma narrativa centrada em personagens excelentes, capazes de fornecer um exemplo à nação. Este exemplo é encontrado na nobreza que caracteriza aqueles personagens e à qual eles pertencem naturalmente por serem os membros de uma elite tradicional surgida espontaneamente e por méritos próprios. Exemplar também é a fé cristã de todos os personagens centrais e seu respeito pelos preceitos da religião. Igualmente exemplar é o respeito às regras de Direito Natural no arcabouço jurídico e institucional descrito pelos romancistas estudados em seus romances de fundação. Realizou-se ainda uma confrontação com a crítica corrente sobre os romancistas estudados com o fim de revelar os equívocos e o anacronismo das apreciações mais difundidas sobre suas obras. |