José Rodrigues Miguéis e a disrupção do eu-narrador em Páscoa Feliz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Aragão Filho, Humberto Lima de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-28122022-170622/
Resumo: A intersecção entre a realidade vivencial ou testemunhal e a realidade ficcional, trabalhada pelo imaginário, representa o esforço de um exercício intencional de reminiscência, presente não apenas em A escola do Paraíso, mas também nos fragmentos completos de Filhos de Lisboa e em O milagre segundo Salomé. Esses três romances, que compõem o que estamos denominando o tríptico de Lisboa, são uma evocação do passado - não em termos de contemplação passiva de um tempo que não mais existe, mas de resgate de imagens e lembranças, recriadas, transfiguradas pela fantasia, com o propósito de perenizar sonhos e ideais. Descortinando a cidade de Lisboa do princípio do século XX paisagem pitoresca e nostálgica, os acontecimentos de sua história, seus problemas políticos e sociais, as lutas e esperanças de seu povo -, José Rodrigues Miguéis prende-nos pela linguagem apurada e fluência mágica das palavras, nas quais seus apelos líricos promovem, muitas vezes, uma imantação para o abismo da poesia e um convite para fruirmos o fascínio onírico de um mundo de lembranças. Lembranças estas que são capazes de reescrever os acontecimentos pretéritos, mesclando-os de filigranas autobiográficas e de saudades