Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Kerstenetzky, Antonio Lessa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-09092020-195233/
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Resumo: |
Nos diálogos platônicos protagonizados por Sócrates, a simpatia do autor pelas teses de seu personagem principal é patente. Ao final do Fedro (274-277), no entanto, a sinergia entre os dois parece se quebrar. Sócrates apresenta uma momentosa crítica à escrita, atribuindo a ela potencialidades antifilosóficas. O que quer dizer Platão com esse aparente ataque à prática que o inscreveu no panteão dos grandes filósofos? Nesta dissertação, a partir de uma leitura cuidadosa de 274-277, identifico o objetivo do trecho: fornecer \'instruções de leitura\' aos diálogos, de modo a mostrar como devem fazer parte de uma prática filosófica oral que desenvolva a capacidade de seus participantes de criar, autonomamente, bons logoi sobre o mundo. Isto é, em circunstâncias de uso específicas, é possível evitar os riscos que Sócrates atribui à leitura - os principais sendo adquirir um simulacro de conhecimento e afastar-se do convívio com humanos com quem se pode dialogar - e utilizar a capacidade da escrita de criar recordações para fornecer estofo a uma discussão filosófica que estimule a reminiscência. Isto é, que instigue o desenvolvimento da razão autônoma. Através do uso de Sócrates e Fedro de textos e discursos em seu diálogo, Platão mostra como isso pode ocorrer. |