A fraqueza dos logoi: imagem, verdade e persuasão no Fedro de Platão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Michetti, Luiz Rodolfo Godoy [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258848
Resumo: Esta pesquisa busca compreender a relação que o filósofo estabelece com os logoi. Pretendemos mostrar que Platão reflete sobre a “maneira bela de proferir e escrever discursos” (259e1-2) a partir de uma reflexão não apenas sobre os próprios discursos, mas na relação que esses estabelecem com a natureza composta e imperfeita da alma humana e com os objetos que “realmente são”, isto é, as Formas. Ao refletir sobre os discursos, na segunda parte do Fedro, vemos que a discussão que se segue toma duas direções: por um lado, Sócrates estabelece as condições para uma “retórica técnica” cuja plena consecução parece além do que é possível ao ser humano enquanto encarnado. Por outro lado, somos levados a entender a relação com os discursos a partir do que nos é dito no Grande Discurso, de forma que remetemos à concepção tifônica da alma, isto é, sua natureza complexa e multifacetada, e à afinidade natural que a parte superior da alma tem para com as Formas (os objetos que realmente são). Esses, por sua vez, se constituem como os elementos fundamentais com os quais o filósofo deve basear a produção de bons logoi. Como veremos, as dificuldades para essa produção são muitas, em grande parte devido à natureza imperfeita de nossa alma e da capacidade limitada dos logoi em transmitir conhecimento. Ainda assim, a verdade deve ser buscada no interior da própria alma, onde é possível descobrir discursos autênticos, verdadeiramente escritos na alma, e não frutos de uma persuasão exterior.