Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Maciel, Aline Fernanda |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-22112024-124906/
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Resumo: |
No presente trabalho, partimos da análise do setor têxtil chileno, em especial das fábricas Sumar e Yarur, para pensar como as reconfigurações produzidas nas relações de trabalho e gênero no Chile entre 1970 e 1990 incidiram na vida de trabalhadoras e trabalhadores que haviam sido protagonistas durante a experiência da Unidade Popular, mas que, na ditadura, foram intensamente impactados pela implantação do neoliberalismo no país. A crise orgânica do capitalismo produzida na década de 1970 implicou reestruturações produtivas que incidiram diversa e complexamente em diferentes formações sociais. No Chile, país de economia periférica, a crise repercutiu em forma de golpe de Estado, interrompendo violentamente a complexa e explosiva experiência de construção das bases do socialismo no país. A via chilena ao socialismo representa uma das experiências mais emblemáticas da história do Chile ao propor mudanças radicais no sentido de transformar essencialmente as relações de produção na direção de uma sociedade mais justa e menos desigual, respeitando os marcos da legalidade burguesa. O que não significa que a Unidade Popular não tenha sido marcada por conflitos, tensões, contradições, divergências no que se refere ao projeto político e as dinâmicas desenvolvidas, que inclusive transbordaram os limites institucionais. Assim, a criatividade coexistiu com dissensos, apontando a relação dialética entre o projeto de transformações substantivas e a realidade. Esse processo altamente complexo foi permeado pela dimensão de gênero presente nas políticas sociais, como componentes intrínsecos das dinâmicas participativas promovidas tanto pelo governo como nos espaços de trabalho e movimento de trabalhadores, cuja análise permite refletir sobre as contradições presentes nas lutas sociais pelo fim da exploração. Nesse sentido, pretendemos analisar as contradições e insuficiências presentes no período. Por outro lado, o golpe militar representou a objetivação dos interesses das classes dominantes em interromper e desarticular totalmente o processo que se vinha desenvolvendo no país, impondo um redirecionamento radical do poder político restituído à burguesia. As transformações produzidas atingiram profundamente a classe trabalhadora que havia participado ativamente dos mil dias do governo de Salvador Allende. Neste trabalho, busca-se pensar as relações de opressão e exploração no capitalismo de uma perspectiva analítica de unidade sistêmica entre essas esferas. Para isso, concentramo-nos em analisar as transformações nas relações de trabalho e gênero desde a Unidade Popular até a ditadura, partindo do trabalho têxtil para pensar as contradições engendradas e colocar em evidência como as reconfigurações no capitalismo repercutiram no Chile, traduzidas no processo de implantação do neoliberalismo, produzindo novas tendências no sentido de comprimir e desestabilizar as condições de vida ampliando as contradições entre relações de produção capitalista e reprodução dos meios de vida da classe trabalhadora |