Nosostros gobierno!: participação e organização dos trabalhadores nos cordones industriales de Santiago e empresas nacionalizadas de Tomé durante o governo de Allende (1970-1973)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Maciel, Aline Fernanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-22102015-113635/
Resumo: Em 1970, Salvador Allende foi eleito presidente do Chile através de uma coalização de esquerda, a Unidade Popular (UP), que propunha um conjunto de profundas transformações politicas, econômicas e sociais para o país como forma de transição ao socialismo. O governo da UP gerou inúmeras expectativas nos trabalhadores, campesinos e demais setores pobres do país e propôs um sistema de participação popular que junto com a nacionalização das riquezas formava um dos eixos centrais do seu programa. Esta dissertação trata das experiências dos trabalhadores nos cordones industriales (cordões industriais) localizados em Santiago e das indústrias têxteis nacionalizadas da cidade de Tomé. Os cordões foram complexos industriais de trabalhadores formados inicialmente como resposta a um paro patronal que ocorreu em outubro de 1972. Nas empresas nacionalizadas de Tomé os trabalhadores também participaram fortemente nas operações das empresas e no processo político. Houve inúmeras mobilizações dos setores populares no período em defesa do governo e como forma de pressiona-lo para avançar nas mudanças que extrapolou os meros níveis institucionais. Buscamos compreender a dinâmica de funcionamento destes organismos de poder popular e como se deu a participação dos trabalhadores nas estruturas de funcionamento das indústrias e a relação dos cordões e dos trabalhadores nas empresas nacionalizadas com o governo, os partidos políticos e os sindicatos. Embora com dinâmicas distintas, os cordões e as organizações de trabalhadores nas indústrias têxteis representaram novas formas de organização dos trabalhadores baseados na solidariedade de classe. Inúmeras ações conjuntas, como greves e mobilizações, foram articuladas, fortalecendo os laços solidários entre os trabalhadores e possibilitando um maior envolvimento no processo de mudança social e econômica. A dissertação está baseada em doze entrevistas com trabalhadores dos cordões e empresas nacionalizadas na época bem com uma leitura extensiva da imprensa sindical e política.