Epidemiologia da infecção hospitalar e mortalidade intra-hospitalar de uma unidade de terapia intensiva neonatal em hospital de referência regional de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Pinheiro, Monica de Souza Bomfim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-29012009-113032/
Resumo: As taxas de infecção hospitalar (IH) entre centros neonatais variam consideravelmente, sugerindo que fatores de risco possam ser modificados pela qualidade da assistência, as características do recém-nascido (RN) e o controle das infecções. O objetivo deste estudo foi analisar a epidemiologia da infecção e da mortalidade hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Geral de Itapecerica da Serra SECONCI SP OSS de 1º de janeiro de 2002 a 31 de dezembro de 2003. O estudo foi desenvolvido em modelo de coorte e a análise dos dados referentes às IH precoces e tardias foi retrospectiva, mas eles foram coletados prospectivamente, seguindo os métodos do NNIS (National Nosocomial Infection Surveillance System). Os RN foram classificados pelo Neonatal Therapeutic Intervention Scoring System (NTISS) para avaliar sua gravidade, dentro das primeiras 24 horas após a admissão. Foram incluídos no estudo 486 RN: 426 de origem interna (87,7%) e 60 de origem externa (12,3%). A incidência acumulada de IH foi de 30,6% e a densidade de 25,1 por 1.000 pacientes-dia (7,9 para infecção precoce e 17,2 para a tardia). A sepse foi o tipo de infecção mais freqüente (54,0%) seguida pela pneumonia (20,0%). Dos agentes microbianos isolados, 54,3% foram gram-positivos, sendo o mais encontrado o Staphylococcus coagulase negativo. A maioria dos RN teve um escore de gravidade menor ou igual a 19 (88,1%), sendo a pontuação máxima encontrada de 39, e os RN externos obtiveram uma pontuação significantemente maior. A aquisição de IH, tanto precoce como tardia, mostrou-se associada com a gravidade do RN à admissão. A taxa de mortalidade hospitalar foi de 8,6% e mostrou-se mais elevada entre os RN de origem externa. As IH foram a causa ou contribuíram para o óbito em 26 (61,9%) dos RN que faleceram. Não houve associação estatística entre o local de nascimento e a ocorrência de infecção hospitalar precoce e tardia. A análise univariada mostrou os seguintes fatores de risco para infecção tardia: prematuridade, baixo peso, pequeno para a idade gestacional, número de consultas de prénatal, reanimação na sala de parto, uso de respirador, cateter central, nutrição parenteral, tempo de permanência e escore de gravidade à admissão. Na análise múltipla, o modelo final incluiu as variáveis: peso de nascimento, escore terapêutico nas primeiras 24 horas após a admissão e uso de nutrição parenteral. A epidemiologia da infecção hospitalar da UTIN do HGIS está de acordo com o observado na literatura médica. Ela está sujeita às características dos RN assistidos, às práticas assistenciais e de controle de infecção hospitalar implementadas pelo serviço de terapia intensiva neonatal, independente do local de nascimento do RN admitido na UTIN.