Epidemiologia das infecções de corrente sangüinea de origem hospitalar em hospital de assistência terciária, São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Spir, Patricia Rodrigues Naufal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-20022009-143433/
Resumo: INTRODUÇÃO: As infecções hospitalares (IH) representam uma causa importante de morbidade e mortalidade em crianças criticamente enfermas. Há poucos trabalhos na faixa etária pediátrica e a maioria deles demonstra que a infecção de corrente sangüínea (ICS) é a causa mais importante de IH em pacientes graves. O OBJETIVO deste estudo foi analisar a epidemiologia das infecções de corrente sangüínea de origem hospitalar em crianças internadas no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo hospital de ensino e de assistência terciária, no período de janeiro de 1996 a agosto de 2003. MÉTODOS: O estudo foi feito no modelo de coorte, com análise retrospectiva de dados referentes às infecções de corrente sangüínea, coletados por método de vigilância ativa, seguindo os métodos validados pelo NNIS (National Nosocomial Infections Surveillance System). RESULTADOS: As infecções hospitalares (n = 4233) foram uma causa significativa de morbidade intra-hospitalar no local e período estudados. O risco de um paciente desenvolver uma ou mais infecções hospitalares foi de 11,5 para 100 saídas. As ICS representaram mais de um terço das IH nos oito anos analisados, com uma densidade de incidência que variou de 20,4 na Oncologia, 7,7 na UTI Neonatal, 7,3 na Pediátrica até 1,9 por 1000 pacientes-dia na Cirurgia. Ocorreram com maior freqüência em crianças com idade 5 anos (70,0%), com cateter venoso central (66,7%), e com doenças de base graves (80,4%). Pelo menos um agente infeccioso foi isolado em 78,9% dos episódios de ICS, sendo 41,5% gram-positivos e 44,8% gram-negativos. O microrganismo mais freqüente foi o Staphylococcus coagulase negativo (22,7%). A resistência do S. aureus e dos Staphylococcus coagulase negativos à oxacilina atingiu 58,9 e 80,3%, respectivamente. As cepas dos principais gram-negativos isolados (Klebsiella spp, Enterobacter spp, Pseudomonas spp e E.coli) mostraram-se amplamente resistentes à ceftriaxona, ao aztreonam e, em cerca de 35 a 57%, aos aminoglicosídeos. As ICS foram a causa ou contribuinte para o óbito em 21,9% dos pacientes, mas durante o período do estudo houve um decréscimo significante na mortalidade dos pacientes com ICS. CONCLUSÕES: A ICS foi uma causa importante de morbidade e mortalidade em pacientes pediátricos, predominando em crianças jovens e com doenças de base graves. Os principais fatores associados a ICS incluíram o uso de cateter vascular central e doença de base grave. Patógenos gram-negativos predominaram em todos os anos. O diagnóstico e terapêutica precoce são essenciais para a prevenção da morbidade e mortalidade e com a caracterização das ICS de origem hospitalar, pode-se auxiliar o programa de prevenção destas infecções e suas repercussões