Participação de usuários da saúde mental em pesquisa: a trajetória de uma associação de usuários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dimov, Tatiana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-16092016-113405/
Resumo: A participação de usuários de serviços de saúde mental em pesquisas acadêmicas é uma tendência recente que vem, de forma incipiente, sendo adotada no Brasil. São iniciativas interessantes na medida em que promovem a democratização da produção de conhecimento, conferindo a grupos populares a oportunidade de ter se colocarem frente às suas necessidades específicas. Rose (2003) coloca que existem vários níveis de participação e essas iniciativas não representam necessariamente a emancipação dos usuários, sendo necessário que se observe e qualifique o protagonismo dos participantes. A presente tese visa avaliar quais os efeitos do envolvimento de uma associação de usuários (a AFLORE) junto a uma aliança internacional de pesquisa (a ARUCI-SMC). Nos utilizamos da metodologia da pesquisa ação participante afim de que os membros da associação pudessem se envolver diretamente em diferentes etapas desta pesquisa, como a formulação de perguntas de pesquisa e a sistematização da experiência. As análises aqui propostas baseiam-se no conceito de paridade participativa em Nancy Fraser, que é composto por três dimensões interligadas: o reconhecimento, a redistribuição e a representação. Partiremos destas dimensões para avaliar em que medida a parceria de pesquisa promove a paridade participativa dos envolvidos. A participação de usuários em pesquisas na aliança em questão parte do reconhecimento dos mesmos enquanto sujeitos portadores de um saber único, que advém da experiência. No entanto o contrato entre universidade e comunidade e reforça estruturas sociais que bloqueiam a paridade participativa, promovendo a desigualdade. É necessário que a academia se disponha a rever aspectos como a vinculação formal com a universidade e a possibilidade de remuneração para pesquisadores comunitários. Além disso a linguagem é apresentada como aspecto que dificulta a participação de membros da comunidade. Uma estratégia de linguagem adotada nesta pesquisa é a produção audiovisual realizada de forma dialógica entre técnico do audiovisual e pesquisadores, potencializando a sistematização do conhecimento a partir das demandas do grupo de pesquisadores comunitários