Estratégias de cuidado utilizadas por terapeutas ocupacionais em Centros de Atenção Psicossocial: enfoque nas habilidades de vida independente e no funcionamento ocupacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Assad, Francine Baltazar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-04092015-160208/
Resumo: A reabilitação psicossocial, no contexto da Reforma Psiquiátrica, centrou o cuidado na pessoa com diagnóstico de transtorno mental considerando a sua experiência com o sofrimento, a partir de ações coletivas e intersetoriais, rompendo com a lógica hegemônica do cuidado centrado na doença, e, a terapia ocupacional, apoiou este rompimento, pois, suas ações voltadas para o cotidiano na busca da inserção social e autonomia, faz uma forte relação com esta mudança. O objetivo geral do presente estudo foi verificar como a terapia ocupacional contribui para a reabilitação psicossocial de pessoas com diagnóstico de transtorno mental usuárias de Centros de Atenção Psicossocial. Os objetivos específicos foram identificar as estratégias de cuidado utilizadas pelos terapeutas ocupacionais junto a essas pessoas, avaliar suas habilidades de vida independente e o seu funcionamento ocupacional, e, relacionar as estratégias de cuidado, com as habilidades de vida independente e o funcionamento ocupacional. Para isso, optou-se pelo método misto, por meio da estratégia de triangulação concomitante. A pesquisa foi desenvolvida em três Centros de Atenção Psicossocial de três cidades do interior do estado de São Paulo, com a participação de 5 terapeutas ocupacionais, 47 usuários e seus respectivos familiares e/ou responsáveis. Os terapeutas ocupacionais responderam a uma entrevista. Os usuários responderam um questionário sociodemográfico, a Autoavaliação do Funcionamento Ocupacional e foram também entrevistados. Os familiares e/ou responsáveis pelos usuários, responderam ao Inventário de Habilidades de Vida Independente para Pacientes Psiquiátricos. As entrevistas foram gravadas, transcritas, sintetizadas, e, os conteúdos, organizados em categorias conforme analogias e características comuns e analisados a luz do método qualitativo descritivo. Os dados obtidos através dos instrumentos foram organizados na forma de um banco de dados criado para este fim no software SPSS 16.0 e analisados a luz da estatística descritiva. Os resultados mostraram que as estratégias de cuidado utilizadas pelos terapeutas ocupacionais são comuns a outros núcleos profissionais, seguindo a premissa da integralidade, singularidade, interdisciplinaridade e intersetorialidade, e, os usuários, apresentaram um bom nível de habilidades de vida independente e bom funcionamento ocupacional, embora tenham apresentado dificuldade em alguns aspectos, como realizações no trabalho, no lar e no cotidiano, incapacidade física e falta de objetivos para o futuro, entre outros, necessitando assim de assistência focada nesses aspectos. Relataram contribuições da terapia ocupacional nas atividades diárias, destacando auxílio nas atividades cotidianas e possibilidade de inserção social pelo trabalho e no tratamento. Os terapeutas ocupacionais apontaram que suas estratégias contribuem para a compreensão e ampliação do cotidiano dos usuários, transpondo o espaço físico do serviço. Desta forma, pode-se considerar que a terapia ocupacional contribui para a produção de cuidado em saúde mental, tanto para as habilidades de vida independente, quanto para o funcionamento ocupacional, tópicos importantes na busca da reabilitação psicossocial