Vida cotidiana de pessoas em sofrimento psíquico dos Centros de Atenção Psicossocial II: percepções de usuários e seus familiares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cirineu, Cleber Tiago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-04052017-161317/
Resumo: O estudo teve como objetivo geral investigar a vida cotidiana das pessoas em sofrimento psíquico dos CAPS II do ponto de vista das áreas ocupacionais de autocuidado, de produtividade e de lazer. Este estudo foi composto pelas amostras de quarenta participantes: vinte usuários e um familiar de cada usuário de serviços de saúde mental, denominados de Centros de Atenção Psicossocial do tipo II do Departamento/Direção Regional de Saúde de Piracicaba (DRS-X). Dessa forma, configura-se como uma pesquisa descritiva, exploratória, de natureza qualiquantitativa com predominância na abordagem qualitativa. Como fundamentação teórica de suporte para o desenvolvimento da pesquisa, foi utilizado como base o referencial da Reabilitação Psicossocial e o referencial filosófico da Teoria sobre o Cotidiano de Agnes Heller. A partir dessa ótica, emergiram três eixos temáticos referentes às áreas ocupacionais do autocuidado, produtividade e lazer, que foram analisados por meio do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), que é uma abordagem proposta por Lefèvre e Lefèvre, a fim de auxiliar na análise das entrevistas semiestruturadas dos dados. Verificou-se, a partir dos DSCs, que se exige a necessidade urgente de uma reestruturação dos CAPS II e um novo direcionamento para a forma do cuidado em saúde mental. Foi possível comprovar que, de fato, as áreas ocupacionais de autocuidado, produtivas e de lazer dos usuários dos CAPS II ainda são pouco estimuladas por familiares e profissionais dos próprios serviços, necessitando, assim, de uma transformação e um novo olhar para o cuidado em saúde mental. De modo geral, os usuários experienciam o sofrimento psíquico em idade produtiva, apresentando dificuldades para se relacionar com outras pessoas e dar sequência em seus estudos. Têm dificuldades para se manter em empregos formais e, em sua maioria, necessitam do auxílio de familiares para a realização de diferentes atividades cotidianas, fator esse que implica o empoderamento de sua autonomia. Ainda há uma urgente necessidade de ampliação de espaços territoriais para que esses usuários possam ser reinseridos no contexto social. A interface entre o conhecimento científico e empírico permitiu uma aproximação com os usuários e seus familiares, a partir de seus discursos, reforçando ser esse um campo fértil para reflexões das práticas em saúde mental, por meio das relações humanas. No entanto, esta pesquisa oferece contribuições e informações úteis para a (re)organização de ações e políticas de saúde mental e até mesmo políticas públicas, pois a forma como as pessoas compreendem a vida cotidiana dos usuários em sofrimento psíquico propicia a identificação de elementos que podem orientar a busca de intervenções e ações no cuidado em saúde mental, contribuindo, assim, para a consolidação da reforma psiquiátrica