Avaliação da efetividade e segurança dos novos fármacos de ação direta indicados no tratamento da hepatite C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Aguiar, Bruna Forte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-04102018-093425/
Resumo: Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 71 milhões de pessoas estejam vivendo infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV), o que corresponde a 1% da população mundial. A infecção crônica pelo HCV é uma das principais causas de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. O tratamento farmacológico visa a erradicação do vírus e melhora da atividade inflamatória. Em 2015, três fármacos de ação direta (DAA), simeprevir (SMV), sofosbuvir (SOF) e daclatasvir (DCV), foram incluídos no protocolo brasileiro de tratamento da hepatite C crônica. Estudos demonstram que o uso destes medicamentos está associado a elevadas taxas de resposta ao tratamento e a menor incidência de reações adversas em relação às terapias baseadas no uso do interferon e de inibidores de protease de primeira geração. Outros trabalhos indicam que pode haver associação entre a presença de determinadas mutações de resistência viral com a resposta ao tratamento farmacológico. Objetivos: Verificar a efetividade e a segurança dos esquemas de tratamento da hepatite C crônica que envolvem os DAA e analisar se a presença das mutações de resistência impacta negativamente na resposta ao tratamento. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo quase experimental de braço único realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Foram incluídos indivíduos maiores de 18 anos, infectados pelo genótipo 1 do HCV, que iniciaram tratamento com esquema que continha SOF em associação com DCV ou SMV. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos, clínicos e realizou-se levantamento da ocorrência de reações adversas durante o tratamento, por meio do sistema informatizado do hospital. A coleta de sangue, para verificação da presença de mutações de resistência viral, foi realizada em até 15 dias antes do início do tratamento. O principal desfecho considerado foi a RVS12, definida como a ausência de carga viral detectável na 12ª semana após o fim do tratamento. Resultados: 262 indivíduos foram incluídos no estudo, dos quais 58,0% eram do sexo masculino e 79,4% foram classificados como brancos. A média de idade calculada para a amostra foi 55 anos, com desvio padrão de 10 anos. Quanto aos esquemas de tratamento propostos, 49,6% dos pacientes receberam tratamento com SOF e DCV e 50,4% fizeram uso de SOF e SMV. A taxa global de RVS12 foi de 92,7% (93,9% para SOF + DCV e 91,7% para SOF + SMV). Não foram identificados fatores associados a RVS, segundo a análise estatística. As reações adversas mais comuns foram anemia, náuseas, cefaleia e fadiga. Não foi encontrada evidência de associação entre a presença de mutações associadas a resistência ao tratamento e a falha no tratamento. Conclusão: O uso de esquemas de tratamento compostos por SOF e DCV ou SOF e SMV apresentou alta taxa de RVS e bom perfil de tolerabilidade em pacientes com genótipo 1 do HCV.