Tratamento das lesões intra-epiteliais cervicais de alto grau com cirurgia de alta freqüência em mulheres portadoras ou não do vírus da imunodeficiência humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Melli, Patrícia Pereira dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CAF
HIV
HPV
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-27092013-151105/
Resumo: Introdução: Sabe-se que a elevada prevalência da infecção pelo HPV na população sexualmente ativa, associa-se ao desenvolvimento delesões intra-epiteliais cervicais de alto grau e de baixo grau (LIEAG e LIABG). A cirurgia dealta freqüência (CAF) veio contribuir para o tratamento da LIE, substituindo práticas invasivas e onerosas. A população contaminada pelo HPV é composta por pacientes imunocompetentes e imunodeprimidas, especialmente as infectadas pelo HIV, que poderão ter diferente resposta a esta cirurgia. Objetivos:Avaliar a efetividade da CAF no tratamento das LIEAG no colo uterino e a taxa de complicações tardias dessa modalidade terapêutica em pacientes portadoras ou não do HIV e avaliar se a infecção HIV favorece a persistência de LIEAG após a CAF. Pacientes e Métodos: Estudo observacional prospectivo longitudinal onde foram selecionadas 97 pacientes portadoras de LIEAGe tratadas com CAF divididas em dois grupos: 38 pacientes portadoras do HIV e 59 não infectadas por esse vírus, todas atendidas em Hospital Universitário de referência terciária. As pacientes foram submetidas a CAF e reavaliadas com coleta de colpocitologia e colposcopia com três, seis, nove e 12 meses após o procedimento. As taxas de efetividade da CAF consideraram a evolução da doença cervical ao longo do seguimento desses dois grupos de pacientes por um ano. Resultados:Após o seguimento de 12 meses foram observadas situações de cura (citologia e colposcopia normais), melhora (citologia e/ou comcolposcopia com sinais de infecção HPV ou LIEBG) ou de piora da LIEAG inicial (lesão microinvasora/invasora). Sendo assim, foram obtidos para as pacientes portadoras do HIV: 56,7% de cura; 32,4% de melhora e nenhum caso de piora após o tratamento inicial. Para as pacientes não portadoras do HIV os resultados foram: 75,8% de cura; 13,8% demelhora e 1,7% de piora, indicando desfecho clínico mais favorável entre as pacientes não portadoras do HIV (X 2 , p= 0,02). As taxas de estenose de canal cervical entre as pacientes portadoras do HIV (13,5%) não foram estatisticamente diferentes daquelas observadas entre as pacientes não portadoras do HIV (10,5%). A excisão completa da LIE que motivou a CAF ocorreu em 69 (71,2%) pacientes. Entretanto, 21 (21,7%) mulheres tiveram excisão incompleta com margens da peça cirúrgica comprometida pela LIE. Dessas 21 pacientes que apresentaram margens da peça cirúrgica comprometidas apenas cinco tiveram necessidade de novo tratamento. Também foram submetidas a novo tratamento três das mulheres que tiveram margens cirúrgicas livres da peça excisada e uma paciente com a margemcirúrgica carbonizada. Conclusões: Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos estudados em relação ao número de complicações após a realização da CAF e também na necessidade de novo tratamento no caso de mulheres portadoras do HIV. Entretanto, o desfecho clínico favorável (cura e melhora) para essa população estudada foi significativamente melhor para as pacientes não portadoras do HIV que para as infectadas por esse vírus após um ano de seguimento pós-CAF. A recidiva da LIEAG é mais freqüente em pacientes com margens cirúrgicas comprometidas, independente da presença da infecção pelo HIV.