Estudo sobre o tráfego intracelular de Env do HIV-1 e a manutenção da infecciosidade viral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Estela Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Env
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-02082024-084534/
Resumo: O complexo de envelope do HIV (Env) é composto por uma glicoproteína de superfície (gp120) ancorada a uma glicoproteína transmembrana (gp41), as quais são responsáveis pela entrada do vírus na célula hospedeira. Env é sintetizado pela via biossintética celular, mas suas rotas de transporte até sua correta incorporação nos virions recém-sintetizados ainda não está bem estabelecida. Trabalhos anteriores apresentaram evidências divergentes sobre possíveis funções dos complexos adaptadores APs (do inglês, adaptor proteins) de vesículas de clatrina e de sinais de direcionamento na cauda citosólica de gp41(CT) no tráfego de Env. Para entender a relevância do tráfego vesicular no transporte intracelular das glicoproteínas do HIV, a distribuição subcelular de Env foi analisada por microscopia confocal. Em condições normais, gp41 colocaliza-se principalmente com marcadores de endossomos tardios. Tal distribuição sugeriu que o tráfego intracelular de moléculas de Env recém-sintetizadas deve ser altamente regulado ao invés de ocorrer por via constitutiva. Por citometria de fluxo e microscopia confocal, observamos que a GTPase Arf1, cuja atividade é importante para a exportação de proteínas a partir da rede trans-Golgi (TGN), foi fundamental para o direcionamento de Env para os endossomos. Ainda, partículas de HIV-1, produzidas em células superexpressando um dominante negativo da GTPase, incorporaram menos Env e se tornaram menos infecciosas. Arf1 está associada a vesículas de clatrina reguladas por proteínas adaptadoras: AP-1, AP-3, AP-4 ou GGAs. A partir de ensaios pelo sistema de duplo híbrido em leveduras, identificou-se a interação de 41CT com a subunidade µ1A de AP-1, adaptador que controla o transporte de cargas entre TGN e endossomos. Por mutagênese sítio-dirigida, foram definidos ainda o sinal de direcionamento em gp41 e o sítios de ligação em µ1A necessário para esta interação. Por fim, observou-se que AP-1 também é importante para o ciclo replicativo do vírus, afetando de forma indireta a capacidade infecciosa de vírus gerados em células silenciadas para este adaptador. Juntos, os resultados sugerem que vesículas de clatrina reguladas por Arf1 e AP-1 estão envolvidas no direcionamento de Env para os sítios de montagem do vírus, sendo uma nova peça que compõe um mecanismo essencial para o controle da incorporação de Env durante a síntese do envelope viral e garante a propagação viral.