Avaliação da resposta neutralizante anti-HIV-1 em indivíduos infectados pelos subtipos virais prevalentes no Brasil em relação às características genéticas e bioquímicas do gene env.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Almeida, Dalziza Victalina de
Orientador(a): Guimarães, Monick Lindenmeyer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19311
Resumo: Espera-se que uma vacina anti-HIV/aids seja capaz de induzir resposta imune específica de células T CD8+ e de anticorpos neutralizantes (nAb). No entanto, a alta variabilidade genética do envelope (env) viral é um dos fatores que podem influenciar na eficácia de uma vacina. Assim, com a finalidade de avaliar resposta imune humoral, novos ensaios de detecção de nAb anti-HIV-1 têm sido utilizados. Portanto, o presente estudo visa avaliar a resposta neutralizante em indivíduos infectados pelo HIV-1 com diferentes perfis de progressão para aids, com diferentes subtipos do HIV-1 e mapear características do gene env. Para tal, realizamos um comparativo entre dois ensaios de neutralização, um usando o isolado viral HIV-1IIIB em linfócitos primários e outro utilizando oito pseudovírus (psVs) em células TZM-bl. Nestes ensaios foram testadas 10 amostras de plasma obtidas de indivíduos com perfil típico de progressão para aids e 10 de não progressores de longo tempo (LTNP). Nesta primeira análise, observamos que 44% (69/160) das titulações contra os psVs foi positiva, assim como 50% (10/20) para o HIV-1 IIIB. Também observamos que as amostras de plasmas provenientes dos indivíduos progressores apresentaram neutralização ampla e potente. Diante destes resultados observamos a importância do contínuo estímulo antigênico para a indução de nAb e que esta resposta também poderia ser influenciada por epítopos subtipo-específicos. Assim, avaliamos as características genéticas e fenotípicas do HIV-1 em env com relação à indução da atividade neutralizante subtipo-específica. Portanto, selecionamos 60 amostras de plasma de indivíduos cronicamente infectados com HIV-1 dos subtipos prevalentes no Brasil e realizamos o ensaio de neutralização utilizando células TZM-bl e psVs (destes mesmos subtipos) Nesta análise verificamos uma maior potência da resposta neutralizante anti-HIV-1 em indivíduos infectados pelos subtipos B ou F1 em comparação com os do subtipo C ou da variante B/Bbr (p < 0,005). Observamos que a região variável 1 (V1) do envelope viral do subtipo B/Bbr apresentou maior número de aminoácidos do que para os outros subtipos, assim como a região V4 do subtipo F1 foi menor (p < 0,005). Observamos ainda que algumas assinaturas subtipo-específicas entre o subtipo F1 e B/Bbr, estavam localizadas nas regiões C2, V3 da gp120 e na gp41. Estes resultados indicam que uma única substituição de aminoácido na alça V3 pode levar a uma distinta exposição conformacional ou a diferenças de carga no domínio de associação ao trímero da gp120. Desta forma, concluímos que essas alterações no envelope viral interferem na potência da atividade neutralizante anti-HIV-1, tendo uma implicação significativa para a concepção de uma vacina