Cultura de pele humana organotípica como método alternativo para a avaliação da eficácia de protetores solares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cuelho, Camila Helena Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-04122024-145135/
Resumo: A exposição à radiação ultravioleta (RUV) é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele. A utilização de fotoprotetores torna-se a primeira linha de escolha, bem como a comprovação da eficácia do fotoprotetor em proteger a pele dos malefícios crônicos da RUV. Em abril de 2016, o anexo VI da Regulamentação de Produtos Cosméticos da União Europeia foi alterado para estabelecer que as nanopartículas de óxido de zinco (ZnOn) são seguras para serem utilizadas como filtros em produtos fotoprotetores. O objetivo deste projeto foi desenvolver e avaliar a estabilidade de fotoprotetores contendo ZnOn, revestidas e não revestidas, que são comercializadas no mercado cosmético, em uma concentração permitida de 20%; padronizar um modelo de pele humana organotípica (hOSEC) capaz de manter a sua estrutura histológica e seus parâmetros oxidativos durante 15 dias; avaliar a eficácia da formulação fotoprotetora desenvolvida em proteger a pele do estresse oxidativo induzido pela RUVB. A formulação contendo as ZnOn revestidas apresentou melhores resultados de estabilidade e de perfil da capacidade de absorção da RUVA/B. O sistema conservante utilizando benzil álcool benzílico/xilitol/ácido caprílico e fenoxietanol eliminou a carga microbiana, que incialmente foi adicionada às formulações, em 14 dias e não houve crescimento microbiano até 28°dia. O processo de padronização mostrou que hOSEC de área (~2,5 cm²) cultivado na placa de petri manteve a viabilidade do fragmento, apresentou uma redução nos níveis de TBARS (~ 67%, 0,14 nM MDA/mg de pele) e manteve os níveis de GPx e SOD, durante 30 dias de cultivo. A dose de 200 mJ/cm2 de UVB induziu o estresse oxidativo no modelo de pele, sem causar colapso no sistema antioxidante; o meio de cultura enriquecido de fatores de crescimento melhorou a estrutura histológica e o processo de colagenização. Os resultados do estudo de eficácia mostraram que o hOSEC irradiado diariamente, aumenta a peroxidação lipídica concomitante com a depleção do GSH, GPx e SOD, enquanto a aplicação da formulação adicionada de ZnOn (F1) restaurou os seus níveis comparados aos grupos apenas cultivado. Os dados histológicos sugerem que a aplicação diária da F1 prejudica estruturalmente a pele e aumenta a degradação do colágeno tipo I (~65%) enquanto o grupo irradiado reduz em 35% o colágeno tipo I. A aplicação da F1, em dias alternados, mostrou-se a mais indicada, favorecendo a manutenção da homeostase bioquímica da pele.