Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Careta, Denise Sanchez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-16112006-165108/
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Resumo: |
Este estudo tem como objetivo investigar o desenvolvimento psíquico de gêmeos abrigados no decorrer do primeiro ano de vida. Foram separados ao nascer, tendo como histórico inicial de vida, para um, a ausência do contato materno logo após o nascimento, tendo permanecido hospitalizado até os oito meses de vida e seguido para o abrigamento; e para o outro, a descontinuidade do contato materno e familiar aos dez meses de vida, seguido pelo abrigamento. No desenvolvimento deste estudo, os gêmeos estavam com cinco anos de idade, ainda abrigados, na mesma instituição e próximos da adoção. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, embasada pelo método psicanalítico, à luz dos pensamentos de D. W. Winnicott. Por meio do diagnóstico psicológico do tipo compreensivo e interventivo, com o emprego das técnicas projetivas hora de jogo e procedimento de desenhos-estórias, buscou-se a compreensão da vida intrapsíquica dos gêmeos. Instrumentos auxiliares como o estudo documental do histórico familiar, como também entrevistas realizadas no abrigo, colaboraram para o alcance de uma visão totalizadora dos casos. A partir da análise dos dados, observaram-se marcantes divergências do funcionamento psíquico dos gêmeos: aquele institucionalizado desde o nascimento apresenta maior interação ambiental e facilita o emprego de intervenções, diante de angústias depressivas emergentes, mostra comportamentos regressivos; o outro separado do lar aos dez meses, diante de angústias despertadas, utiliza-se de mecanismos defensivos de negação e evitação, cujas intervenções, por muitas vezes, são evitadas de modo a afastar a quebra do sistema defensivo operante. Quanto ao sistema defensivo, o primeiro apresenta comportamentos regressivos e fragilidade frente ao ambiente, além de dissociações entre movimentos regressivos e evoluídos; o segundo, mostra comportamentos agressivos e oposicionistas frente a limites e regras, como recursos para domínio e controle ambiental e agressões e violência nas relações, desencadeando dificuldades de interação com o ambiente, permanecendo isolado. Além dos aspectos clínicos observados, é possível conjeturar sobre a influência de aspectos psicopatológicos institucionais, especialmente quanto à clivagem dos gêmeos. Esta pesquisa também permitiu vislumbrar que prejuízos ao desenvolvimento também se desencadeiam de lares vitimizadores e não só de contextos institucionais; e que o processo de adoção deve ser mais bem estruturado, a fim de minimizar estados ansiógenos decorrentes, que observamos nos gêmeos, bem como a devolução da criança ao abrigo após sua adoção, como ocorreu com o segundo gêmeo. Dessa forma, concluiu-se que as crianças, mesmo em situação de abrigamento, apresentam aspectos saudáveis propulsores para a saúde e podem aproveitar experiências boas do ambiente, além de apresentarem capacidade para amar e estabelecer relações afetivas; por isso o contexto institucional merece assistência, principalmente psicológica, a fim de favorecer o ambiente e o desenvolvimento das crianças abrigadas. |