Análise forense de autoria textual: estilos sociais e individuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Almeida, Dayane Celestino de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-06102015-133459/
Resumo: O interesse pela autoria de textos escritos é tão antigo quanto a própria escrita. Desde que o homem passou a registrar a sua língua dessa forma, podem ser muitas as circunstâncias em que emerge a pergunta Quem escreveu este texto?. Ela pode surgir porque os textos são anônimos, assinados por pseudônimos ou porque há uma disputa com relação a sua autoria. Mais recentemente, saber quem escreveu um determinado texto ou conjunto de textos tem ajudado a solucionar crimes ou dirimir contendas judiciais. Nesses contextos, entra em cena o linguista forense, cujo trabalho pode elucidar tais casos uma vez que sua análise é capaz de depreender estilos linguísticos que se relacionam tanto a um grupo social (elaboração de perfis sociolinguísticos) quanto a um indivíduo (atribuição de autoria). Este trabalho preocupa-se particularmente com noções de estilo da Sociolinguística e da Semiótica Discursiva nas análises forenses de autoria e almeja demonstrar de que modo a incorporação da análise do plano do conteúdo pode render frutos a essas análises. Assim, no que diz respeito à depreensão de perfis sociolinguísticos, sugere-se que o pertencimento a um grupo social, aqui proposto como um universo discursivo, pode ser revelado por meio da análise da recorrência semântica e não apenas de variáveis linguísticas (que seriam uma ou mais maneiras de se dizer a mesma coisa). Para isso, analisa-se um conjunto de escritos provenientes da investigação do que ficou conhecido como Massacre de Realengo e sugere-se que seus autores compartilham o mesmo grupo, neste caso o dos Fiéis (em oposição aos Infiéis). Quanto à atribuição de autoria, faz-se necessário saber se as categorias examinadas em análises semióticas podem realmente distinguir autores. Para isso, realizou-se um estudo quantitativo com 4 autores, em que cada autor contribuiu com 20 textos, divididos em dois grupos de 10 (Autor 1A, Autor 1B, e assim por diante). A hipótese era a de que os textos dos grupos A e B de um mesmo autor seriam mais semelhantes entre si do que comparativamente aos subconjuntos de textos dos outros autores, no que diz respeito a elementos do plano do conteúdo. Os resultados corroboram essa hipótese e indicam, portanto, que as categorias semióticas podem ser utilizadas com sucesso em casos de autoria questionada.